2121 – Capítulo 6

– Ler capítulos anteriores

Capítulo 6 – Prólogo

 

– Pare. – Sam a impediu de continuar andando, segurando seus ombros. – Tem pessoas olhando, se elas chamarem a polícia estaremos ferradas.

Theo não falou nada. Sam olhou ao redor, alguns transeuntes que caminhavam do outro lado da rua as observavam.

– Venha. – Sam passou seu braço ao redor dos ombros dela, a levando até o hotel, Theo mantinha um semblante fechado, que se estendeu para dentro dos aposentos.

– Qual é a minha cama? – Theo perguntou, impaciente.

– Só tem uma cama.

– Que ótimo.

Não trocaram mais nenhuma palavra naquela noite. Sam ainda levou algum tempo para adormecer, não queria que Theo dormisse magoada com ela, o silêncio dela doía mais que qualquer palavra que lhe fosse atirada, mas acabou vencida pela tequila e o sono.

Theo acordou de manhã com um barulho no quarto, estendeu a mão e não encontrou Sam na cama, mas reconheceu o cheiro que tomava conta do ambiente.

– Café? – Perguntou com estranheza, sentando-se e olhando para os lados.

– Esse hotel não tem café da manhã, por isso resolvi fazer um pouco para nós.

– Onde você arranjou o café?

– Comprei ontem à noite, enquanto você fugia para a loja de penhores. Você havia me falado que gostava de café. – Sam sorriu de lado.

– Eu gosto. – Theo derrubava os muros da noite passada.

– Eu sei. Eu prefiro chá, mas não me importo de tomar café com você. – Sam falou, terminando de fazer o café improvisado.

– Está pronto?

– Quase, dá tempo de você ir ao banheiro, se quiser.

Theo voltou do banheiro, coçando os olhos, Sam a sentou numa das duas cadeiras que haviam ao redor de uma pequena mesa quadrada, lhe servindo o café num copo.

– Aqui. – Guiou a mão dela até o copo. – Está quente, cuidado. E aqui tem pães, já estão cortados.

– Obrigada. – Theo falou timidamente, com um semblante suave, trazendo um sorriso satisfeito de Sam.

Ela sabia que havia se afeiçoado à Theo, mas não fazia a menor ideia do quanto. Ela sabia que aquela companhia, aquela presença constante, aumentava seu ânimo e suas esperanças durante esta jornada insólita, mas não entendia o porquê nem como. E ela não se questionava, olhar para o lado e ter aqueles olhos azuis que não enxergavam nada era a única resposta que lhe interessava.

– Terminou o café? – Sam perguntou, já se levantando.

– Sim, vou me vestir.

– Espere, fique aí. – Sam voltou colocando a caixa médica sobre a mesa.

– O que é isso?

– Me dê sua mão esquerda.

Ela estendeu a mão, pousando sobre a mesa, Sam desenrolou com zelo a atadura que estava vermelha no lado da palma, analisou por um tempo o ferimento que voltara a sangrar, o limpando em seguida.

– Era para estar melhor, sua mão. – Sam já terminava de enfaixar.

– Eu não deveria ter cobrado nada de você ontem. – Theo respondeu. – Você não tem obrigação nenhuma comigo.

– Não é obrigação, é cuidado. Pronto, terminei.

Theo fechou sua mão, prendendo a de Sam.

– Obrigada pelo cuidado. – Disse.

– Vou guardar tudo para seguirmos viagem. – Sam falou após fazer um leve afago na sua mão. Levantou e deu um beijo rápido no rosto de Theo, que assustou-se.

– Hora de partir. – Sam completou.

– Você pode dizer para onde vamos? – Theo perguntou.

– Tome, inaugure sua nova roupa, vá se trocar. – Sam colocou em suas mãos um pacote.

Quando Theo saiu do banheiro, Sam estava sentada numa das cadeiras, a aguardando pensativa.

– Está do avesso. – Sam disse.

– A camisa?

– O casaco.

– Obrigada por avisar desta vez. – Theo desvirou o casaco ali mesmo.

– Sente-se na cama, quero conversar com você antes de sairmos.

– Ok. – Theo tentava prever o teor.

– Não, sente-se aqui no final da cama, para ficar de frente para mim.

– Assim posso te ver melhor. – Theo riu.

O quarto estava frio, refrigerado um pouco além da conta, mesmo assim Sam usava apenas uma camiseta de manga curta, e Theo fechava o casaco.

– Você nunca sente frio? O quarto climatiza de acordo com nossas temperaturas, mas você deve ser uma tocha humana, porque sempre passo frio.

– Alteraram meu metabolismo, e algumas outras funções que não vem ao caso. Minha temperatura está sempre perto dos 38ºC em condições normais, mas se resfria quando necessário.

– Tá explicado.

Sam estava curvada com as mãos unidas à sua frente, os braços apoiados em suas pernas, se preparava para começar a falar de forma séria, Theo tentava imaginar qual era seu semblante, mas só teria ideia quando ela começasse a conversa.

– Eu não conheço você, não faço a menor ideia de quem seja, de onde veio, nem se o pouco que você me falou a seu respeito é verdade. Nem sei se o seu nome realmente é esse. – Sam iniciou.

– Com tantos nomes no mundo, você acha que se eu inventasse um nome, inventaria Theodora?

– Não importa. Mas espero que seja mesmo, porque já me acostumei com Theo. Ok, eu estou tentando falar sério aqui.

– Ok, desculpe, prossiga.

– Não sei de onde você fugiu, nem para onde pretende ir. Todo mundo tem algum lugar nesse mundo, você deve ter o seu e provavelmente quer voltar para lá. Não faço ideia de qual seja seu objetivo, nem porque continua comigo, mas tenho minhas suspeitas.

Sam continuava falando de forma controlada, como se tivesse ensaiado aquelas palavras, ainda curvada para frente, a encarando.

– Eu acho que você escolheu continuar comigo primeiramente porque sou alguém que toma conta de você. Dadas suas limitações, você precisa de alguém para ajudar em algumas tarefas, e eu tenho feito isso. Mas acho também que você tenha decidido continuar por certa gratidão, já que ajudei você a fugir daquele inferno.

Theo franzia a testa, assimilando.

– Não sei se posso confiar em você, nem se devo. O mais sensato seria manter minhas buscas em sigilo porque não sei quem é você, eu estou no meio de uma disputa e talvez você seja alguém do lado inimigo. Se você me atrapalhar, eu morro, é simples assim.

Sam fez uma pausa, ainda organizava as palavras.

– Talvez você apenas queira uma carona, já que você disse que é da Nova Capital e eu estava indo na direção sul, o que seria conveniente para você. Mas se você vai fazer parte dessa investigação, precisa saber o que procurar.

– Achei que seria uma conversa. – Theo reclamou.

– Esse foi o prólogo.

– Que bom que você sabe o que é prólogo.

– Sei, e também sei que você é uma logolepsa.

– Uma o que?

– Uma pessoa com obsessão por palavras.

– Você pesquisou, não pesquisou?

Sam riu.

– Pesquisei.

– Essa eu não conhecia, vou anotar mentalmente.

– Posso voltar para o assunto?

– Fique à vontade.

– Você tem certeza que quer continuar comigo? Eu entenderia perfeitamente se você quisesse ficar por aqui, não acharia ingratidão nem nada do tipo, eu te ajudaria a encontrar um abrigo.

– Eu disse que ajudaria na sua busca, eu estava falando sério, tenho todos os meus sentidos e funções funcionando normalmente, exceto a visão. Acho que posso colaborar de alguma forma, e eu quero fazer isso.

– Você sabe que preciso de um coração artificial novo.

– Sei.

– A minha busca não é pelo coração em si, meu objetivo é outro. O coração é a moeda de troca. Eu fiz um acordo com uma empresa, um grupo com vários negócios paralelos, todos ilegais, é claro. Eles possuem um laboratório de biotecnologia, e fabricam corações compatíveis com os Borgs, para os que conseguem fugir.

– Por que um coração compatível com Borg? Não pode ser um coração artificial normal?

– Não é complexo o suficiente, foi praticamente um sistema inteiro que colocaram em mim, apenas um simples coração artificial não me atenderia.

– E um coração humano?

– Funcionaria, mas teria que ser compatível, em tipo sanguíneo e tamanho. Mas essa opção está descartada, eu sou foragida do exército da maior potência mundial, a Europa é temida por todos, não posso entrar num hospital e pedir para me colocarem na fila do transplante, eles me enviariam imediatamente para o comando das forças armadas. Eu sou mais do que uma foragida, sou propriedade do exército, nenhum hospital sequer encostaria em mim.

– Eles não poderiam vender esse coração artificial?

– É um laboratório clandestino, eles não tem interesse no dinheiro de um Borg, que na verdade não teria dinheiro, já que fugiu do exército com uma mão na frente outra atrás. Mas eles tem interesse no que um Borg pode fazer por eles, por isso me deram uma missão mercenária.

– Qual a missão?

– Theo… Quero que preste atenção nos pontos que eu tenho. Preciso que entenda que não tenho muita coisa, são poucas informações, mas são elas que nos ajudarão nesse quebra-cabeças.

– Prestarei.

– Meu objetivo final é encontrar algo que eles chamaram de matrizes de DNA2856, tenho que pegar todas as amostras e levar para meu contratante.

– O que é isso?

– Não faço ideia, mas tenho outras informações. Essas matrizes são utilizadas para produzir em larga escala uma substância chamada Beta-E, que eu também não sei o que é, nem para o que serve. Sei que essas matrizes estão no mesmo local onde o Beta-E é fabricado, porque é necessário para a fabricação. Se eu encontrar o local onde isso é feito, eu encontro as matrizes. E por ser fabricado em larga escala, sabemos que é um grande laboratório que está fazendo isso.

– Não procuramos por um laboratório de fundo de quintal então.

– Não, deve ser algo grande, com algum outro negócio como fachada para essa atividade ilegal.

– Isso tudo é ilegal?

– Ilegal e sigiloso, por isso criei algumas suposições.

Theo apenas aguardava que ela prosseguisse nas suposições.

– Eu acho que é uma guerra entre empresas bioquímicas ilegais e rivais. Meu contratante quer as matrizes do concorrente, e eu estou no meio disso, desse fogo cruzado. Por ser algo produzido em larga escala, acredito que esse Beta-E esteja sendo armazenado para uso posterior, e eu tenho a infeliz desconfiança que seja uma arma biológica.

Theo ergueu as sobrancelhas, surpresa.

– Em algum momento alguma nação ou corporação irá usar esse estoque para dizimar alguma localidade, ou quem sabe até mesmo aniquilar algum país. Obviamente o laboratório que me contratou não tem a intenção de impedir isso, acredito que eles querem entrar neste mercado de guerra biológica, e por tabela querem destruir o concorrente, tirando todas as matrizes deles, para que não possam mais fabricar.

– Talvez não seja uma arma biológica. – Theo argumentou, pensativa.

– O que você acha que pode ser?

– Não sei… Conheço algumas teorias, alguns boatos… Vamos investigar para poder tirar conclusões mais palpáveis.

– Que boatos?

– Coisas que não fazem muito sentido agora. Para onde estamos indo?

– Uma cidade há 95 quilômetros daqui, tenho um endereço.

– Seu contratante que lhe deu esse endereço?

– Sim, como percebeu, eles não me deram muita coisa, mas este endereço é o ponto de partida, não sei o que encontraremos, mas talvez alguém lá saiba o que é o Beta-E.

– Você está em contato com seu contratante?

– Sim, na verdade nos falamos duas vezes desde que comecei a viagem, não sei quem é essa pessoa que me liga, apenas se identifica como David e diz ser um dos sócios da empresa que me contratou.

– Foi com ele que você falou no laboratório?

– Não, foi com outro sócio.

– E quando conseguirmos as matrizes?

– Tenho que levar para eles, na costa leste do Canadá. Disseram que fornecerão uma passagem de supersônico quando eu estiver com as matrizes. Faço o transplante e volto para minha casa na Inglaterra.

Theo esfregava os pulsos, pensativa.

– Como você vai voltar para a Europa, se é foragida?

– De forma clandestina. Mike conhece um agente de imigração numa fronteira com a Nigéria, entrarei por lá.

– Você vai recomeçar sua vida na Europa.

– Vou sim. – Sam deu um leve sorriso. – Coração novo, vida nova.

– Ok, vamos em busca do novo coração.

Sam deu um longo suspiro, levantando-se da cadeira, ficando na frente de Theo.

– E então, está dentro?

Theo ergueu o rosto, mesmo sem enxergá-la, vagueava seus olhos a procurando.

– Pode apostar.

– Então vamos, pegue sua bolsa.

– Que bolsa?

– Agora você tem uma com suas coisas, está em cima da cama.

Theo tateou a cama até encontrar uma pequena bolsa de viagem marrom.

– Me sinto gente de verdade agora, tenho até minha bolsa.

– Esqueceu de pegar sua arma, está na cama também.

– Arma? – Theo perguntou, tateando a cama.

Sam riu.

– Eu não seria louca de dar uma arma para uma pessoa cega.

– Ainda não me conformo que você confiscou minha arma paralisadora.

– Vamos, e não esqueça os óculos de sol. – Falou, enfiando o boné na cabeça de Theo.

***

– A cidade é pequena, chegaremos em uma hora no máximo. Pelo que observei no localizador, tem policiamento ostensivo, inclusive sentinelas. – Sam dizia, enquanto guiava na estrada.

– Você não acha isso estranho? Por que uma cidadezinha no México tem esse policiamento? Tem algo nesse lugar, não acho que seja apenas uma cidade com alto índice de violência urbana.

– Essa é uma possibilidade, eu soube que aqui na Nova Capital tem inúmeras cidades miseráveis, e por consequência violentas, talvez Rosarito seja uma delas. – Sam disse.

Theo balançou a cabeça de forma negativa, enquanto pensava a respeito.

– O que você acha? – Sam a questionou.

– Tenho duas outras linhas de raciocínio. Talvez haja alguma atividade ilegal nesta cidade.

– Tipo tráfico de drogas? – Sam a interrompeu.

– É, tipo tráfico, ou outras atividades ilegais. Os responsáveis por isso pagam propina para a polícia os deixarem em paz, a notícia correu, e vários policiais foram prestar serviço nesta cidade, movidos pelo pagamento extra.

– É plausível. Qual a outra linha?

– Tem alguma atividade ilegal nesta cidade, mas ao invés de pagarem propina para fazerem vista grossa, os responsáveis contrataram um grande contingente de policiais corruptos para fazerem a própria segurança.

– Também é plausível. E a concentração deste policiamento provavelmente será próximo ao local onde as atividades ilegais acontecem.

– Exatamente! – Theo respondeu, empolgada.

Sam lançou um sorriso para ela. Tudo aquilo que sempre justificara para a irmã, de que Theo poderia ser útil na caçada, se consolidava à sua frente.

– Vamos revirar essa cidadezinha. – Sam decretou.

– Lembrando sempre de nos esquivar dos policiais e sentinelas, não se esqueça.

Sam voltou a olhar para sua companheira de viagem, que tirava o casaco. Usava os óculos escuros emprestados, o boné virado para frente e os cabelos soltos.

– Você parece um moleque com esse boné. – Ela disse, descontraidamente.

– Eu sei que você está morrendo de inveja do meu boné. – Theo disse, cruzando os braços, de forma pretensiosa.

– Fica ainda mais parecida com uma colegial rebelde cega.

– Essa designação eu nunca havia recebido, só não sei se devo me sentir lisonjeada ou não.

– Com o boné para trás então, parece ter treze anos.

– Ok, coloque o boné, sei que você quer experimentar. – Theo disse, tirando o boné de si e tentando colocar na cabeça de Sam, que se desviava.

– Você nunca vai acertar minha cabeça. – Sam continuava se desviando do boné, rindo.

– Pronto, deve ter ficado ótima. – Theo disse, após conseguir colocar o boné em Sam.

– Não vou devol…

Um toque foi ouvido, interrompendo Sam, um número apareceu no parabrisas, que se tornava uma extensão de tela, era uma ligação de um número conhecido.

– Por que você está ligando ao invés de nos falarmos por texto? – Sam atendeu e indagou.

– Isso é jeito de atender seu amado noivo?

Sam ficou sem jeito, tirou do viva-voz com um gesto.

– Desculpe, é que não acho seguro você falar comigo por voz, podem te ouvir.

– Estou sozinho sem vigilância, encontrei um lugar de onde poderei ligar para você de vez em quando. Resolvi ouvir um pouco você, estou com saudades.

– Também estou com saudades. – Sam falou baixinho, ainda mais encabulada. – Como você está?

– Ótimo, ontem destruímos um pequeno vilarejo mais ao sul, estava cheio de armas escondidas em casebres, você ia se divertir se estivesse conosco, não sobrou nada de pé.

– Então as coisas estão movimentadas por aí.

– Tenho uma reunião daqui a pouco, não posso demorar aqui com você. Mas torça por mim, a reunião será com o alto comando e uma nova condecoração pode estar surgindo para o seu major. – Ele riu.

– Torcerei sim, você merece o reconhecimento.

– Onde você está agora?

– México, me dirigindo para a averiguação daquele endereço que me passaram.

– Sam, acho que tem uma viatura policial aérea em cima de nós. – Theo disse, apreensiva.

– Quem está com você? – Mike a inquiriu rispidamente.

– Só um instante, Mike, acho que a polícia está nos seguindo. – Sam olhava nas telas, e pela janela.

– Tem alguém no carro com você? – Mike insistia.

– Onde, Theo?

– O barulho estava em cima de nós, à minha direita, mas acho que seguiu adiante. – Theo não ouvia mais o barulho abafado das turbinas.

– Seguiu, estou vendo agora, já está adiante, felizmente não estavam atrás de nós.  – Sam falou, aliviada.

– Sam? Sam? – Mike a chamava.

– Estou te ouvindo, a polícia já passou por nós.

– Quem está com você? Quem é Theo? Tem um cara com você?

– Theo é uma garota, ela está me acompanhando na viagem.

– Desde quando? De onde ela surgiu?

– Desde o ano novo, ela precisava de ajuda e eu a ajudei.

– E por que ela continua com você? Diga para ela se virar, você tem mais o que fazer.

– Ela não enxerga, e ela tem me ajudado. – Sam voltou a ficar sem jeito.

– Pior ainda! Largue esta cega em algum hospital, antes que ela te roube ou te denuncie.

– Ela não vai fazer isso. – Sam respondeu dando uma olhadela em Theo.

– Como tem tanta certeza? Lembre-se do que eu te falei: não confie em ninguém. Quanta ingenuidade, Sam! Você já foi mais inteligente.

A esta altura Sam já estava irritada com a conversa, mas como sempre, controlava e media suas palavras com Mike.

– Eu sei o que estou fazendo, estou alerta e não sou tão ingênua quanto acha que sou.

– Ok, depois não diga que não avisei.

– Está tudo sob controle.

– Tenho orado por você, espero que não tenha abandonado suas orações. – Mike falou.

– Não abandonei, tenho orado por mim e por você, para que nada te aconteça nos campos.

– O coração do homem planeja seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.

– Provérbios, 16:9

– Isso. Coloque sua fé acima de tudo, não hesite perante as dificuldades, Ele sabe o que está fazendo. Bom, tenho que desligar, a reunião é em uma hora e preciso colocar meu traje executivo.

– Te manterei informado sobre os resultados de hoje. Boa reunião.

– Obrigado, e não esqueça de se livrar dessa garota.

Sam suspirou.

– Fique com Deus, te amo.

– Também te amo, Sam. Deus abençoe sua jornada.

Sam fez um gesto em frente aos olhos, desligando a ligação. Um silêncio gélido deixava ambas amuadas, e assim seguiu-se por algum tempo. Theo ligou o som do carro, tocava uma animada música antiga. Sam evitava olhar para ela.

Theo virou seu corpo para o lado, como se estivesse fitando Sam, que não entendia o que ela estava fazendo.

– O que foi? Por que está me olhando desse jeito? – Sam perguntou, confusa.

– Estou repensando algumas coisas sobre você.

– Por exemplo?

– Meu boné não combinou nem um pouco com essa sua camisa preta.

Sam riu.

– A camisa é branca. Mas concordo com você, quer o boné de volta?

– Por gentileza.

– Tome. Chegamos à Rosarito, acabei de cruzar um pórtico enorme com animações de flores e desenhos sorridentes.

– Que bizarro.

– Theo… – Sam olhava ao redor, sem entender o que estava acontecendo ali. – Tem algo ainda mais bizarro aqui.

– O que?

– As pessoas nas ruas. – Ela guiava lentamente por uma via já movimentada de pedestres, estavam adentrando o centro da cidade.

– Você quer me matar com esse mistério? O que tem as pessoas?

– Elas estão sorrindo para nós.

 

Prólogo: s.m.: Discurso preliminar; preâmbulo. Qualquer ato, evento etc., introdutório.

Ler capítulo 7

10 comentários Adicione o seu
  1. Oie darling!
    Espero q esteja disfrutando a viagem (qqndo leia mude o verbo rs).
    Como prometi, passei aqui rapidinho pra ler e deixar um comentário. Cormcou minhas aulas e o bicho ta pegando!Ja atolada de coicosiasisa pra estudar! Por tanto, dei uma escapadinha do face (logo saberá o q fiz! Hehe)
    Sam ficou toda”Só gentiliza” com Theo. ..dps q a mesma se retou!!rsrs.
    Mike é um pé nos saco, namoral e se acha..coitada! Inseguro tb e n confio nele. .kkt estranho. ..
    Theo é um enigma q amo..ela tb esconde algo…talvez saiba sobre essea substâncias:Beta…
    As pespas sorriem..claro ng mais faz isso! kkkkk
    Vem cá. .eu sempre c minhas frases únicas. ..Theo é cega, mas da pra saber qndo coloca um casacp ao contrário Pelo tato ou pela etiqueta kkkkkk.Tkkkkkk.Te matei agora kkkkkk.
    Tenho outra…mmas esqueci Hahahaha.
    Se cuidem e desfrutem a viagem (mmude o verbo tb rs).
    Beijão

    1. oie dona Lai!
      A viagem ao Chile foi disfrutada como possível, mas não curti o país não, cidade suja, comida ruim, nenhum atrativo, tirando a casa do Neruda que foi incrível, e as cervejas que provei.
      É bom estar atolada de coisas da aula, você deve estar se dedicando em tempo integral, não? Foi pra estudar que vc saiu do facebook?
      As aulas são que dias da semana?
      Realmente dá pra saber quando algo está do avesso, mas se vc veste com pressa sem se ater a esse detalhe, pode não perceber. Tentarei vestir um casaco de olhos fechados depois. Mas suas observações são boas, coisas que nem paro pra pensar, keep doing the good job!
      Beijos e gracias! (falei tanto ‘gracias’ nos últimos dias…)

  2. Acho que tanto Theo como Mike estão escondendo alguma coisa. A carona parece saber muito mais do mostra sobre o Beta-E e o noivo tá usando Sam para localizar o laboratório clandestino.

  3. Sam ficou toda carinhosa, depois do “gelo” que Theo deu nela kkk…É difícil não saber o que Theo ta pensando ou sentindo naquele momento…o que acaba causando uma apreensão gostosa de ler, tentando decifrar seu próximo ato…aquele gostinho de quero mais.
    Adorei! Até o próximo capítulo e boa viagem.

Deixe um comentário para Glenda Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *