Capítulo 66 – Indulgência
Quando o promotor informou ao juiz que não teria mais perguntas a fazer para Sam, uma sensação de alívio fez a ex-soldado finalmente respirar normalmente. Passara todo seu longo interrogatório com uma tensão dentro de seu diafragma, parecia cautelosa em soltar o ar de seus pulmões. Um guarda aproximou-se e a conduziu de volta ao banco dos réus, a segurando firmemente pelo braço, como se fosse uma ameaça.
Já passava das nove da noite quando o juiz convidou Stefan para fazer a defesa final, cada lado teria uma hora para convencer o juiz com o máximo de argumentos de apelo emocional, já que a argumentação inicial fora com um teor técnico. O sisudo advogado esforçou-se ao máximo para soar passional, para demover no juiz a ideia de que Samantha era a pessoa violenta e sem escrúpulos que a promotoria defendia fervorosamente.
– Não há uma prova sequer de que Samantha teve de fato culpa naquele desastre na Zona Morta, nunca houve, e sabem por que? Porque ela foi apenas uma soldado honrando suas funções, estava alheia à tragédia que se aproximava, todas as evidências apresentadas aqui hoje, todos os depoimentos, tudo converge na direção da inocência dela, na ausência de malícia e intenção. – Stefan finalizava sua defesa, as palavras saíam emotivas e cansadas, a gravata já não estava tão justa em seu colarinho. – Talvez seu único erro mortal fora se alistar neste exército que hoje a acusa, que teve a crueldade de tentar matá-la colocando um coração artificial que silenciosamente desligaria lhe trazendo a morte certa.
Sam ouvia o discurso inflamado de seu amigo não acreditando merecer tal defesa. Depois do turbilhão negativo que fora aquele dia, não se sentia merecedora de absolutamente nada de bom, de quem quer que fosse. Até mesmo a convicção de que não tivera culpa naquele genocídio na Zona Morta era irrelevante agora, depois de tantos discursos a difamando, começava a acreditar que era realmente uma pessoa malévola e ruim, um fardo na vida de quem estava ao seu redor, até mesmo para sua família. ‘Por que ele está falando bem de mim?’ Pensava enquanto ouvia Stefan.
– Samantha absteve-se de uma vida normal e livre para ficar ao lado de sua namorada de forma intensiva, durante todo o período em que esteve se recuperando de um grave acidente, e continuava zelando intensamente pelo bem estar de Theo, mesmo após vários meses. Isso não nos diz nada? – Stefan dizia apontando para Sam no banco, ela ouvia cabisbaixa. – Alguém que se sacrifica por outra, que coloca o bem estar de uma pessoa que ama acima do próprio, é capaz de tamanha crueldade? Será? Essa pessoa matou 14 pessoas por diversão? Eu não acho nem um pouco plausível que uma mulher idônea como Theodora aceitasse ficar ao lado de uma genocida cruel, como tentaram nos convencer hoje.
‘Ela ainda não se deu conta de quem eu sou.’ Sam respondeu mentalmente. ‘Ela ainda não sabe que merece coisa melhor.’ Sabotava-se.
Stefan finalizou seu ato, retornando para o banco dos réus, sentou-se pesadamente ao lado dela, lhe dando dois tapinhas em sua coxa.
– Nossa parte está feita. – Ele disse num sussurro.
– Obrigada.
– Não dê muito atenção para o que o promotor irá discursar agora. – Stefan disse quase como se soubesse o que Sam pensava naquele momento. – É o trabalho dele destruir você, não deixe isso te afetar.
Sam engoliu em seco, sentia a garganta se fechando.
O elegante promotor foi para a área em frente ao púlpito do juiz iniciar sua metralhadora de acusações, que Sam absorvia novamente cabisbaixa. Expressões como ‘oportunista’, ‘mesquinha’ e ‘a sangue frio’ eram repetidas em sua fala.
Partiu para as ofensas pessoais e especulações na reta final de seu discurso.
– O próprio pai a renegou. – O altivo advogado dizia com convicção. – O próprio pai! Um militar condecorado, respeitado por todos. Ele confidenciou recentemente ao ex-noivo da ré que não tinha orgulho algum de sua filha, que tem vergonha de suas escolhas, envergonha-se da vida indigna que ela leva. Podem ter certeza que o Coronel Elliot Cooper não deseja a presença de sua filha em sua casa, podem apostar!
– Meu pai falou isso? – Sam perguntou baixinho para Stefan.
– Eu duvido.
– E o que dizer dessa pobre coitada? – O advogado apontou para Theo entre os espectadores. – Que está sendo iludida há um ano e meio? Oportunismo puro. A ré mantém um relacionamento amoroso com ela por interesse, ganância. Ela gosta de conforto, ela quer roupas caras, luxo, viagens, esbanjar dinheiro, ostentar, tudo que ela nunca teve em sua vidinha medíocre. Samantha a ilude sem escrúpulos.
Sam não pode mais segurar as lágrimas, enxugava o rosto afoitamente com mãos.
– Não é verdade… – Murmurou de forma quase inaudível.
– Todos nós sabemos que é tudo mentira, não fique assim. – Virginia lhe respondeu.
– Mas eu convido todos vocês a prestarem atenção no que vai acontecer caso Samantha seja libertada hoje. Prestem atenção às notícias que virão. Vocês devem saber que Theodora Archer perdeu sua fortuna, perdeu absolutamente tudo, mora de aluguel num quarto e sala num bairro pobre daqui de Krasnoyarsk, trabalha preparando cafés para poder pagar seus remédios. Eu já consigo imaginar as manchetes na semana que vem: ‘chega ao fim o namoro entre Theodora Archer e Samantha Cooper.’ E adivinhe só quem vai terminar tudo? Nossa ex-tenente irá em busca de alguém mais conveniente, irá aparecer enlaçada com algum figurão, porque para ela não importa o sexo da vítima. Não se enganem, não há amor naquele coração de pedra, nunca houve.
– Eu vou matar esse topetudo dos infernos. – Theo teve o braço seguro por Letícia quando tentou levantar-se de sua cadeira.
– Você vai ficar aqui e calada. – A médica a repreendeu.
– Ele não tem o direito de falar essas calúnias!
– Silêncio! – Bradou o juiz.
– Eu sei, minha cara Theodora, a verdade dói. – O promotor debochou de sua inquietação. – Um dia você irá me agradecer por estar lhe abrindo os olhos.
– Eu é que vou abrir o seu…
– Shhh. – Letícia cobriu a boca de Theo.
– Theo, fique quieta, vão prender você. – Foi a vez de Michelle repreender.
– Ele está provocando, pare com isso. – Letícia disse e Theo sossegou a contragosto.
O promotor aproximou-se de Sam, a encarou com um sorriso falsamente simpático.
– De perto parece alguém inofensivo, nos engana direitinho. – Voltou a se dirigir ao juiz. – Mas todos nós descobrimos hoje que na verdade esta mulher é uma sociopata perigosa, que para o bem da humanidade precisa ficar trancafiada pelos próximos cem anos. E é implorando por este pedido, implorando por justiça, que finalizo hoje.
Um murmúrio generalizado tomou conta do ambiente, até o juiz interromper com sua voz grave do alto dos seus quase oitenta anos.
– A corte está em recesso, retornaremos com o veredicto, aguardem sentados.
Juntamente de outros funcionários, o juiz desceu seu degrau e desapareceu numa porta logo atrás. Passava um pouco das onze da noite e a maratona havia sido desgastante para todos, porém naquele momento a tensão era mais evidente.
Theo esforçava-se para acalmar e não ter uma convulsão, esfregava os pulsos nervosamente, olhando na direção do banco dos réus. Lá embaixo, o trio conversava efusivamente sobre as possibilidades e impressões, Virginia estava otimista, Stefan preferia manter o cuidado com as previsões.
– O importante é escapar da acusação principal. – Stefan dizia com firmeza para Sam, com a mão em seu braço. – Esse foi nosso foco.
– Se for condenada por algum dos outros crimes menores você cumprirá apenas uma parte da pena. – Virginia disse.
– Eu serei condenada por todos, não serei? Eu sei que serei, Meu Deus, eu ficarei pelo menos 50 anos trancafiada aqui. – Sam desesperava-se.
– Hey, Sam, me escute! – Stefan a chamou. – Olhe para lá. – Apontou na direção de Theo. – Ela precisa de você, mas não desse jeito, chorando, com medo. Ela precisa de você forte.
– Eu sei. – Disse num soluço.
– Então se acalme e aguarde o resultado, não há mais nada que possamos fazer agora. Respire fundo e aguarde sem esse desespero todo, recomponha-se.
– Mas eu não tenho a menor chance.
– Se não tivéssemos a menor chance eu já estaria no meu pequeno apartamento preparando macarrão congelado.
Foram nove minutos intermináveis até o juiz retornar ao seu garboso palanque de aço, atraindo a atenção e o silêncio de todos. Deu uma olhadela sisuda na direção do banco dos réus, onde os três estavam de pé, e iniciou a leitura.
– Registre que no dia 16 de abril de 2122 esta corte, representando os interesses do povo e da lei, chegou a um veredicto com relação ao caso de número 91695355, demandando a imediata execução das decisões tomadas assim que terminada a leitura. – Limpou a garganta e voltou a falar. – Pela acusação de número um: deserção sob motivo fútil ou leviano, a corte julgou a ré inocente.
Sam fechou os olhos em alívio, mas a tensão continuava lhe queimando por dentro, como uma azia de grandes proporções.
– Acusação número dois: furto de equipamentos pertencentes ao exército, os quais foram implementados em seu corpo. A corte julgou a ré inocente. Acusação número três: assassinato em massa de civis num ato militar em março de 2118, na região noroeste da Zona Morta, com o saldo de 14 mortos, sendo a acusação de homicídio doloso. A corte julgou a ré inocente.
Sam não conseguiu permanecer de pé, sentou-se com as mãos levadas ao rosto, chorava profusamente entre soluções, enquanto Stefan e Virginia fitavam o juiz ainda atordoados, com um sorriso crescente em seus rostos.
– Silêncio! A leitura não fora finalizada, permaneçam sentados e em silêncio. – O juiz pediu.
Sam desceu as mãos do rosto e fitou o juiz, que voltou a ler.
– Perante à nação da Europa, Samantha Cooper está livre e deve ser imediatamente liberada deste tribunal, sem ônus ou obrigações pendentes. Deverá seguir até a sala do escrivão para assinar sua soltura. Ao entendimento desta corte, houve perseguição e má fé em todas as acusações, ficou evidente que, se houve algum crime, este fora cometido por parte dos acusadores, e não pela acusada. Portanto ordenamos as seguintes ações por parte do Exército da Europa: A reposição de uma prótese de membro inferior esquerdo, de qualidade semelhante ou superior à previamente utilizada, num prazo de trinta dias úteis. Solicitamos também: Que Samantha seja imediatamente reincorporada à força militar, que reintegre o corpo de soldados ao qual fazia parte, retornando ao trabalho no quartel do 64º batalhão na Zona Morta, e recebendo de volta sua patente e seus direitos como militar da Europa. Fica estipulado um prazo de cinco dias úteis para que a Primeira Tenente Samantha Cooper se apresente para serviço em seu quartel supracitado e retome seu posto de trabalho.
– Ela vai trabalhar na Zona Morta de novo?? – Theo perguntava confusa.
– Parece que sim, mas tudo se dá um jeito depois. – Letícia respondeu, todos ali estavam de pé, a breve comemoração fora interrompida pela retomada de leitura do juiz.
– Que se cumpram todas as resoluções deste tribunal, caso 91695355 encerrado. – E bateu o martelo.
Sam ergueu-se num pulo do banco, abordando Stefan e Virginia.
– Mas eu não quero voltar para o exército.
– Depois você resolve isso, pede exoneração, foge de novo, sei lá. – Stefan respondeu.
– Mas estou livre, não estou?
– Está sim, querida. – Virginia lhe respondeu sorridente, e Sam a abraçou.
Quando estava abraçando Stefan, um funcionário a abordou.
– Você precisa me acompanhar.
– Para o que?
– Assinar sua soltura.
Sam olhou para Stefan, que lhe assentiu.
– Por que estão conduzindo ela para lá? – Theo perguntou.
– Para assinar a soltura, algo assim. – Letícia respondeu. – Ela está livre, Theodora!
Theo a abraçou demoradamente, recebendo o abraço de seus amigos posteriormente.
Um funcionário instruiu o par de advogados a sair por uma porta lateral, para deixar aquela área do tribunal. Assim que Stefan e Virginia chegaram até seu grupo, Theo não segurou as lágrimas ao abraçar o sempre tão sério advogado, que agora a enlaçava emocionado.
– Você é o cara, você é o cara, Stef. – Theo dizia entre sorrisos e lágrimas.
– Ela já vem. – Ele disse ao soltá-la.
– Ela está totalmente livre, não está? Pode deixar a Europa?
– Totalmente livre.
Após abraçar Virginia, os olhos de Theo se fixaram na porta por onde Sam havia saído, aguardava nervosamente seu retorno.
– Você vai ter um treco? – Letícia perguntou em tom de brincadeira. – Vai desmaiar na melhor hora?
– Meu corpo não seria tão sacana assim comigo. Se bem que… Uma vez eu tive um apagão na cama. – Disse rindo.
– Um apagão fazendo sexo?
– É. – Gargalhou. – Foi engraçado.
– Que situação.
– Por falar nisso, por que ela está demorando…
Theo interrompeu o que falava quando sentiu duas mãos deslizando à sua frente, uma presença em suas costas, e uma boca em seu pescoço.
– Lembra de mim? – Sam entrara pela porta da frente do salão.
Theo sentiu a erupção de um vulcão subindo em suas entranhas, o qual lhe doía o peito, uma felicidade que ardia em cada polegada de seu corpo.
Virou-se de imediato e a abraçou com braços fortes, as duas garotas apenas choravam e nada diziam, mas não era preciso. As almas que se amam já gritam por si só quando se reencontram, o corpo é mera ferramenta.
Sam afagou a cabeça de sua namorada, que estava agora com o rosto enfiado em seu pescoço.
– Não chore.
– Sam…
– Conseguimos, vai ficar tudo bem.
– Você voltou. – Theo ergueu a cabeça e a fitou, ambas banhadas em lágrimas. – Você voltou para mim.
– Já estava na hora, não acha? – Riu.
Theo a trouxe pela nuca e a beijou. Foi um beijo salgado e cheio de dor, mas também carregado de alívio. E saudades.
– Eu senti tanta falta desse beijo… – Theo murmurou perto de seu ouvido. – Da sua boca, seu abraço…
Sam sentiu o já conhecido nó se formando na garganta, perguntou com voz embargada, insegura.
– Você ainda me ama?
– Se eu te amo? Não sei se é possível, mas eu te amo mais do que antes. – Theo respondeu com as bocas próximas. – Você é provavelmente a mulher mais amada do mundo. – Riu.
– Não é verdade o que ele disse, nada do que ele disse. Eu não vou terminar com você semana que vem, eu acho que eu morreria sem você.
– Esquece aquele promotor babaca, ele não te conhece, eu te conheço, eu sei quem é a Samantha, e eu te amo pra caramba.
A soldado riu, e a beijou novamente.
– Me tira daqui? – Sam pediu.
– Sim, vou pegar seu casaco.
Sam recebeu abraços calorosos do restante do grupo, cedeu e aceitou um longo abraço de Michelle. Chorou novamente ao abraçar a irmã.
– Obrigada por vir, Lynn.
– Eu estava com tanto medo de condenarem você.
– Eu não fiz nada daquilo.
– Eu sei, eu sempre tive certeza disso, você é boa, você merece apenas coisas boas.
– Isso inclui aquela mocinha ali? – Apontou com a cabeça para Theo, que conversava com Stefan.
– Sim, inclui. – Lynn deu um sorrisinho condescendente. – Inclusive eu já falei a ela que quero ver vocês juntas e felizes.
– Isso significa muito para mim, eu quero viver em paz com minha família.
– Eu estou do seu lado, prometo te julgar menos, tá bom?
– Tá bom. – Sam abriu um largo sorriso e a abraçou novamente, estava em êxtase contínuo.
Theo vestiu seu casaco xadrez vermelho e preto, vestiu o casaco negro de lã em Sam, tomou sua muleta, e saíram do salão. Caminharam pelo longo corredor do tribunal de mãos dadas, e encontraram uma pequena horda de jornalistas do lado de fora.
– Temos que falar com eles? – Sam perguntou.
– Não mais. – Theo respondeu.
– Não é bem assim. – Virginia argumentou. – Ainda precisamos deles.
– Mas eu quero levar Sam para casa agora.
– Respondam duas ou três perguntas, e amanhã daremos uma coletiva.
– Ok. – Theo respondeu bufando.
Stefan tentou protegê-las o máximo que pode no caminho até o carro de Michelle, que as aguardava. Como combinado, Sam tomou a frente e aceitou responder algumas perguntas, ao perceber que Theo não estava nem um pouco disposta a isso.
– Você vai processar o governo da Europa?
– Não tenho essa intenção, meus planos são de voltar para a vida normal, só isso.
– Onde vocês vão morar? Vocês não tem mais nada, não é?
– Temos amigos. – Sam sorriu timidamente.
– Theo! Fale conosco também! – Gritavam os repórteres.
– Ela está exausta, foi um dia longo para todos.
Theo, que estava um pouco atrás, deu um passo à frente e correu seu braço pela cintura de Sam, lhe entregando um beijo na têmpora.
– Vocês não cansaram da minha cara? – Theo brincou.
– Theo, agora que Sam está aqui fora, você vai tirar a limpo essa história de que ela tinha uma namorada da máfia lá dentro?
Theo fechou a cara, Sam arregalou os olhos.
– Não, isso eu deixo para vocês. – Respondeu.
– Você vai tentar reaver sua fortuna?
– Já estou neste processo, todo mundo sabe que foi uma manobra criminosa por parte daquela secretária.
– Claire?
– Sim, nós vamos provar que foi um crime. – Era disso que Virginia se referia quando disse que ainda precisavam da mídia.
– Ela está aqui hoje, vocês se falaram?
– Não, e é melhor que continue assim.
– Por que não tenta resolver pessoalmente com ela?
Theo lhe entregou apenas um sorrisinho furioso.
– Por hoje chega. – Sam disse em voz alta. – Falamos com vocês amanhã.
As duas entraram no banco traseiro do carro, ao lado de Stefan. Michelle seguia no banco da frente.
– Se eu pudesse, eu a mataria aqui, agora mesmo. – Sam disse.
– Quem?
– Claire, quando a vi hoje minha vontade era de bater naquela mulher até arrancar sua vida.
– Eu tenho vontade de fazer isso com Mike. – Theo respondeu.
Sam virou a fitando com um sorriso, tomou sua mão.
– Esqueçamos deles.
– Concordo. Você é um assunto muito mais interessante. – Theo disse já correspondendo seu olhar.
– Meninas, evitem esse tipo de comentários em público. Sobre matar pessoas e tal. – Stefan disse.
– Fique tranquilo, Michelle pode saber que eu quero matar aquele desgraçado. – Theo respondeu.
– Eu já sabia, querida. – Michelle virou-se para trás para responder. – Talvez ele realmente mereça algo do tipo.
– Viu Stef? Solte seu instinto assassino também. – Theo disse.
– Não vou negar que adoraria ver aquela maldita Claire pagando por tudo.
– Ótimo, agora me deixem retornar para minha conversa inacabada com Sam.
Theo virou o corpo na direção da namorada, e acariciou seu rosto.
– Qual? – Sam perguntou baixinho.
– Aquela parte em que eu beijaria você.
Indulgência: s.f.: Perdão ou atenuação da gravidade de uma falta. Remissão das penas relativas aos pecados.