Capítulo 23 – Misoginia
– Mike, acalme-se. – Sam colocava panos quentes na discussão.
A pousada era de pequeno porte, uma casa que fora transformada em hospedaria. A recepção tinha apenas uma mesa de escritório branca e uma poltrona florida envelhecida mais ao canto. Duas mulheres trajando tops e shorts curtos estavam ao lado de Mike, e o dono da pousada, um senhor grisalho de aproximadamente sessenta anos, gesticulava atrás do balcão, tentando acalmar os ânimos.
– Senhor, aqui é permitido, como já expliquei.
– O que está havendo? – Sam perguntou, se colocando entre Mike e o proprietário.
– Sam, fique fora disso, é conversa entre homens.
– Você é a namorada desse brutamontes? – Uma das garotas se aproximou de Sam, lhe tocando no ombro.
– Não encoste na minha noiva! – Mike empurrou a garota, que esbarrou na poltrona.
– Você empurrou ela? – Theo perguntou.
– Não, ninguém empurrou ninguém, agora por gentileza me digam o que está acontecendo. – Sam disse.
– Eu vou chamar a polícia! – A outra garota disse, andava de um lado para outro.
– Pois chame, terei o prazer de vê-las sendo conduzida para a cadeia, suas… Vagabundas, que propagam doenças e tudo de ruim que há no mundo.
– Vocês são prostitutas? – Theo perguntou.
– E o que te importa? Apenas queremos nossas chaves!
– Só por cima do meu cadáver. – Mike disse com um sorrisinho, erguendo dois cartões de acesso.
Theo caminhou com cuidado até o homem da recepção, chegando à mesa.
– São clientes da sua pousada? – Theo perguntou ao dono.
– Sim, elas sempre vêm aqui. Moça, isso não é crime, ninguém está infringindo nenhuma lei.
– Eu sei. – Theo virou-se na direção de Mike e Sam. – Mike, eu sei que você está reagindo desta forma porque na Europa prostituição é crime, tanto para quem pratica quanto para quem acoberta, mas aqui na Nova Capital nada disso é contra a lei, inclusive a profissão é regulamentada pelo governo, elas têm todos os benefícios que os outros trabalhadores possuem, então o errado aqui é você, entendeu? Você não pode exigir que se cumpram as leis do seu país aqui. – Theo falou calmamente.
– Você as está defendendo porque também é uma delas, eu me recuso a dormir debaixo do mesmo teto que essas vadias praticando seus pecados. E você tem sorte por eu te aceitar ao nosso lado, porque Sam me garantiu que você não faz nada disso desde o ano passado, mas mesmo assim nunca permitirei que encoste em mim ou nela. – Mike terminou de falar apontando com a cabeça para Sam.
Sam olhava apreensivamente para Theo, temendo sua reação, enquanto Theo suspirava segurando sua revolta com a situação.
– Apenas quero que você entenda que elas têm direito ao quarto tanto quanto você.
– Senhor, é isto que estou tentando falar desde o início. – O dono disse. – Elas têm o mesmo direito que vocês aqui, está na lei.
– Amor, devolva as chaves à elas e vamos dormir, você dirigiu o dia inteiro, vamos descansar. – Sam falou de forma suave, colocando a mão em suas costas.
– Não vou devolver chave alguma! Raios! Por que toda mulher é assim teimosa? Vocês duas, é melhor encontrarem outro lugar para trabalhar, eu não estou de brincadeira. – Mike ergueu a camisa, mostrando sua arma.
As duas garotas, já cansadas da discussão, se entreolharam desoladas.
– Estamos perdendo tempo aqui, Violet. Vamos embora.
– Mas… E os clientes?
– Eu ligo avisando. Vamos. Mocinha, obrigada por nos defender, que ir embora com a gente?
– De nada, e não, mas obrigada pelo convite, se cuidem. – Theo respondeu.
As duas garotas saíram da recepção deixando Mike estampando um sorriso confiante.
– Aqui, tome os cartões, e escolha melhor sua clientela. – Mike colocou os cartões sobre a mesa. – Me veja dois quartos, uma suíte de casal, e um de solteiro, simples.
– Temos um simples com banheiro coletivo, pode ser?
– Pode sim.
– Ok, aqui estão os cartões. O café começa a ser servido às sete.
Após caminharem pelo corredor do segundo andar, Sam entregou sua bolsa à Mike, dizendo que orientaria Theo quanto ao seu quarto.
– Não demore. – Mike aproximou-se de seu ouvido, falando baixo. – E coloque essa garota em seu lugar, não vou mais admitir esse tipo de coisa, ela está por um fio comigo.
– Ok.
Sam conduziu Theo pelo braço até seu quarto. Entrou, deu uma olhada ao redor e ficou em frente Theo, ao lado da cama.
– O que você pensa que está fazendo? – Sam vociferou.
– Como assim?
– Não adiantou nada as orientações que cansei de te dar? – Sam dizia com as mãos na cintura.
– Sobre não retrucar Mike? Ele estava errado, as garotas tinham todo direito de ficar aqui.
– Não importa, Theo! Você quer que ele te largue na estrada? Saiba que ele está quase fazendo isso.
– Você permitiria?
Sam não soube o que responder, moveu a cabeça de forma incomodada.
– Custa ficar no seu lugar? Custa não contrariá-lo?
– Ah Sam, tem custado, ele é muito mais idiota do que imaginava.
– Não fale assim dele, é o meu noivo, eu exijo respeito!
Theo sentou-se na cama, e abriu um sorriso sarcástico.
– Como quiser, me perdoe pela ofensa ao major. Obrigada por me trazer até o quarto, e boa noite.
– Eu só estou tentando evitar que Mike se livre de você.
Uma crise de consciência invadiu Sam vorazmente, se aproximou de Theo, colocando a mão em seu rosto.
– Não, não ouse. – Theo se desvencilhou.
– Tente me entender…
– Vá para seu quarto, Sam.
Sam ainda a fitou por alguns segundos.
– Ok, o banheiro fica no final do corredor, à esquerda.
– Obrigada pela informação.
Sam assentiu com a cabeça, com ares tristes, e seguiu para seu quarto.
***
Na manhã seguinte, pararam na estrada para abastecer e comprar mantimentos, Sam e Mike foram até a pequena loja anexa ao posto de recarga, e retornaram discutindo.
– Ela não estava dando em cima de você, apenas olhou para nós, deixe de cisma. – Sam dizia, entrando no carro.
– Essa terra está cheia de vagabundas, não apenas as que transam por dinheiro, mas também estas que não se dão ao respeito, estou enojado de estar aqui, não vejo a hora de voltar à minha Pátria.
Theo apenas acompanhava em silêncio no banco de trás.
– Logo estaremos em casa, não se estresse com as pessoas daqui, se ela quer usar esse tipo de roupa problema dela. – Sam falou.
– Sam, você não se dá conta porque é ingênua, mas aprenda que existem dois tipos de mulheres: as dignas, que servem para casar, como você; e as vagabundas, que só servem para uma noitada, para se usar e jogar fora, como esta vadia do posto. Você viu o tamanho do decote dela? Como quer que eu respeite uma mulher dessas?
– Você precisa parar de julgar as mulheres pelo modo como se vestem. – Sam ousou argumentar, timidamente.
– Está defendendo ela? Por isso que sempre falo, mulher é o mal da sociedade, desde os primórdios, quando Eva não resistiu à tentação e colocou tudo a perder porque não soube se controlar, estão sempre fazendo intrigas. Mulher deveria nascer muda.
Theo se contorcia no banco de trás, ouvindo aqueles despautérios, mas evitando se meter, atendendo Sam.
Sam deu uma olhada de relance em Theo, e tentou abafar a discussão.
– Amor, você sabe que está exagerando.
– De forma alguma, você já viu alguma mulher fazer algo que preste? Mulher tem inúmeros privilégios e mesmo assim quer ser superior aos homens, mas basta falar em dividir a conta do restaurante ou serviço militar obrigatório que elas mudam de discurso rapidinho.
– Mike, você já ouviu falar em misoginia? – Theo finalmente entrou na conversa.
– O que você quer dizer com isso?
– Nada, apenas me passou essa palavra pela cabeça agora.
– E que porra é misoginia?
– Misógino é o homem que tem ódio ou aversão pelas mulheres.
– Quem tem aversão a mulher é veado, não sou nem um pouco misógino, não é Sam? – Mike riu.
– Essa conversa não vai a lugar algum… – Sam resmungou.
– Eu achava que você era apenas machista, mas percebo que o buraco é mais embaixo, você é misógino, provavelmente você não consegue entender ou não sabe lidar com as mulheres e cria essa barreira de ódio, as transformando em monstros da sociedade.
– Que monte de baboseiras! Eu tenho um relacionamento exemplar de oito anos com Sam, pergunte se ela tem algo a reclamar de mim, se não a compreendo perfeitamente. O que eu não admito é mulher vulgar, mulher que não se coloca em seu devido lugar, esse tipo de gente não respeito mesmo.
– Obrigada por confirmar minha teoria.
– Sam, depois não diga que não avisei… – Mike falou baixo, bufando e dando partida no carro.
À noite já andavam por dentro de La Paz, contornavam o grande lago Titicaca que estava iluminado.
– Hey Theo, veja que bela paisagem, o lago está cheio de luzes! Ah desculpe, esqueci que você não enxerga, não deve estar aproveitando muito esta viagem, não é mesmo? – Mike brincou.
– Por sorte tenho uma companheira de viagem que me descrevia os lugares por onde passamos.
– Samantha é assim, gosta de ajudar os necessitados.
– Hey, eu estou no carro. – Sam se intrometeu.
– Só não sabia que você gostava de ajudar deficientes físicos. – Mike disse, com um sorrisinho, pousando a mão sobre a mão de Sam.
– Talvez porque ela se identifique. – Theo respondeu de bate pronto.
Mike mudou para um semblante sério.
– Ela não é deficiente.
– Amor, eu perdi uma perna, eu tenho uma deficiência física. – Sam falou.
– Você já colocou uma perna no lugar, você não é deficiente coisa nenhuma. Já sua amiguinha não voltou a enxergar, que eu saiba.
– Ainda não.
– Mike, já achou o hotel que procurava? – Sam desconversou.
– Achei, está logo à frente.
***
Após pouco mais de uma hora no hotel, desceram para o restaurante, para jantar. O local tinha certo requinte, era um restaurante amplo, rodeado de janelões de vidro que iam do chão até o teto, e com uma iluminação baixa, suave.
Aguardavam as refeições sentados numa mesa redonda no centro do restaurante. Com determinação, Theo tirou seu casaco verde, colocando ao redor da cadeira, usava uma camiseta regata por baixo.
– Ah, agora entendi de onde veio essa sua ideia de merda de se tatuar. – Mike disse ao ver com espanto os braços tatuados de Theo pela primeira vez.
– Acho que você é louco para ter uma tatuagem também. – Theo retrucou.
– Não foi ideia dela. – Sam disse incisiva. – Foi minha, eu tive essa ideia muito antes de conhecer Theo.
– Você quer mesmo que eu acredite que essa garota toda rabiscada não influenciou em nada sua ideia de se riscar?
– Mike, para sua informação, Sam consegue pensar com a própria cabeça.
– Sim, eu sei disso, mas a Sam que eu conheço não faria uma idiotice dessas sozinha, por vontade própria.
– Vocês poderiam parar de falar de mim como se eu não estivesse presente? – Sam bradou, incomodada.
– Como quiser, amor. Vou pedir as bebidas. – Mike disse, erguendo o braço.
– Como está sua tatuagem? – Theo perguntou.
– Cicatrizada, e a sua?
– Melhor.
– Deixe eu ver. – Sam disse já tomando o pulso dela.
– A pomada nova tem funcionado.
Mike olhou discretamente a tatuagem no pulso de Theo, reconhecendo o símbolo.
– Ainda está com vermelhidão. – Sam disse, soltando o pulso em seguida.
– Vou sobreviver. Não é assim que você fala? – Theo sorriu, deixando Sam menos tensa e abrindo um pequeno sorriso também.
– Um dia você vai chegar com um machado encravado nas costas, eu vou olhar e dizer “ah, foi um corte de nada, você vai sobreviver”. – Sam disse, rindo.
– Ou então segurando a cabeça embaixo do braço, e você vai olhar e dizer “é só colocar de volta, você vai sobreviver.”
– Então. – Mike interrompia a conversa descontraída. – De que lugar em San Paolo você é?
– Um bairro pequeno, você não deve ter ouvido falar.
– Uma favela?
– Não, era um bairro de baixa renda, mas sem os grandes prédios gaiolas, as moradias tinham um mínimo de dignidade.
O garçom trouxe os pratos, os servindo.
– Theo me explicou o que são esses prédios gaiolas, parecem horríveis, as pessoas moram em cubículos telados minúsculos. – Sam explicava.
– Decadente como todo esse país. – Mike respondeu. – E sua família, onde está?
– Meus pais morreram, eu morava sozinha. Esse bife está ótimo. – Theo se animava, cortando a carne.
– É, está sim. Acho que você não deve ter tido muitas refeições boas como estas, não é mesmo? Como dizem? Pobre só come carne quando morde a língua. – Mike riu, sozinho.
– Eu aprecio a oportunidade de fazer uma boa refeição.
– O que você fazia antes de virar mulher da vida? Ou sempre fez isso? – Mike continuava o interrogatório.
– Trabalhava no comércio.
– Sua família era pobre? – Mike perguntou.
– Minha família era humilde, sempre tivemos uma vida modesta.
Sam apenas acompanhava a conversa, fazendo sua refeição silenciosamente. A iluminação baixa, que deveria ser confortável, apenas deixava o clima um tanto sufocante.
– Deve estar adorando estes bons hotéis que estou escolhendo.
– Bastante, principalmente depois de um mês dormindo em todo tipo de lugar. Sam, não posso reclamar daquele seu colchão, mas nada como uma boa cama.
– Concordo. – Sam respondeu. – E até mesmo algumas camas de hospedarias que ficamos pareciam cama de pregos.
– Bom, não quero me gabar, mas a cama que comprei para nossa nova casa é melhor que de todos estes hotéis, tem até sistema digital de amortecimento. – Mike falava. – Sam te falou que nossa casa está pronta?
– Sim, ela me contou, deve ser ótimo casar e ter uma casa novinha para morarem, sem se preocupar com aluguel.
– E não é uma casa qualquer, tem quase cem metros quadrados, dois quartos, garagem para dois carros, e um quarto que será exclusivo para equipamentos de musculação e exercícios, foi tudo planejado para ficar com a nossa cara.
– Bom, ainda não resolvemos o que fazer com aquele quartinho, eu acho que ficaria melhor como escritório, até porque se tivermos dois filhos precisaremos deste quarto depois. – Sam disse.
– Teremos apenas um filho, já conversamos sobre isso.
– Mas não ficou decidido.
– Se você pudesse me dar filhos de verdade, eu teria uns cinco, mas… Bom, você sabe. – Mike falou sem jeito.
– Sam, me ajuda a encontrar o banheiro? – Theo resolveu colocar um ponto final naquela conversa.
– Claro, eu também preciso ir.
Descontraidamente, Sam conduzia Theo pela mão. Chegaram na entrada do banheiro, que ficava mais ao canto, e tiveram que esperar alguns minutos do lado de fora para poder utilizar.
– Eu acho que esse quartinho na sua casa nova, inicialmente, poderia ser de visitas, para que eu possa te visitar. – Theo disse, com um sorrisinho, trazendo também um de Sam.
– Você está acostumada a dormir em qualquer lugar, coloco um colchão na garagem e está tudo resolvido. – Sem se dar conta, Sam afagava a mão entrelaçada de Theo com seu polegar, como costumava fazer antes.
Apesar de distar uns quinze metros, Mike relanceou os olhos na direção delas e percebeu o afago discreto. Olhou mais uma vez, certificando-se do que via, e baixou a cabeça, pensativo, com um semblante confuso.
– Sentiu falta da minha mão? – Theo disse, soltando sua mão, por receio que alguém visse.
– Senti… Não só da sua mão.
Theo sorriu e entraram no banheiro assim que uma senhora saiu.
Quando retornavam para a mesa, foram abordadas por uma mão no ombro de Theo.
– Olha quem reencontrei! – Theodore disse, cheio de sorrisos. Sam fechou seu semblante.
– Theo dois! – Ela respondeu, lhe dando um abraço rápido.
– Acho que você está me perseguindo, hein garota?
– Ou apenas estamos viajando na mesma direção. Para onde você vai? – Theo perguntou.
– Estou voltando para o Rio, eu moro lá. – Theodore trajava novamente uma gravata laceada ao redor do pescoço, com a gola aberta.
– E nós estamos indo para a Baia, então acho que nossos caminhos serão os mesmos por um bom tempo.
– Na verdade estamos indo direto para San Paolo. – Sam interrompeu, os três ainda estavam de pé, no meio do caminho.
– Por que? Nós havíamos decidido ir para Salvador, lembra?
– Eu sei, mas Mike acha melhor seguirmos para San Paolo, para não perdermos tempo.
Theo cortou esse assunto, voltando a falar com Theodore.
– Falam tão bem do Rio, um dia quero conhecer as famosas estátuas. – Theo falou.
– Pois sinta-se convidada a me visitar, levarei você aos morros onde estão o Cristo e a da Liberdade, sei como chegar lá sem pagar. – Theodore riu.
– Agora sim você está falando minha língua.
– Vamos para a mesa? – Sam colocou a mão no alto do braço de Theo.
– Vamos sim. Theodore, adorei a coincidência, espero te encontrar no próximo hotel, ou no café da manhã.
– Pode apostar. Qualquer coisa estarei numa mesa ao fim do balcão, prazer em revê-la!
Sam e Theo voltaram à sua mesa, sentando-se sob o olhar analisador de Mike.
– Seu namoradinho está te perseguindo ou é impressão minha? – Mike provocou.
– Ele não é meu namoradinho, e apenas está viajando na mesma direção. – Theo respondeu.
– Ex-cliente?
– Não, o conheci anteontem.
– E lá no Brasil, você era casada?
– Mike, essa refeição não dava direito à uma sobremesa? – Sam interrompeu.
– Acho que sim, chame o garçom e pergunte.
– Não, no Brasil eu não tinha marido, nunca tive. – Theo respondeu.
– Foi por isso que você foi para aquele bordel? Por que não arranjou marido?
– Garçom!
– Eu fui levada a força para aquele lugar, eu não estava lá por espontânea vontade. – Theo falava num tom sério.
– Estava lá por livre e espancada vontade então. – Mike riu, sozinho novamente.
– Amor, isso não tem graça, não brinque com esse assunto. – Sam o repreendeu.
– E por que ninguém te procurou? Seu namorado não deu pela sua falta até hoje? – Mike ainda sorria abertamente.
– Eu estava presa numa espelunca na Zona Morta, provavelmente quem me colocou lá me deu como morta. E para seu conhecimento, eu não tinha namorado quando isso aconteceu, eu tinha namorada.
Mike desfez rapidamente o sorriso que estampava. Sam a fitou assombrada, de olhos quase arregalados.
– Garota, quando eu acho que você não tem como desgraçar ainda mais sua honra, você me vem com mais surpresas negativas. – Mike respondeu.
– Eu tenho como piorar, acredite.
Sam arregalou ainda mais os olhos, a fitava com um semblante mais do que tenso.
– E eu não duvido disso. Mas me diga, o que mais você poderia ser além de prostituta, tatuada, e lésbica?
– Não sei, o que mais você odeia? Posso ser o pacote completo. – Theo falou com um sorriso sarcástico.
– Se você quer continuar tendo nossa carona é melhor engolir todas essas suas libertinagens. Eu e Sam somos pessoas de família, temos Deus no coração, e valores sólidos, então trate de se portar como alguém decente enquanto estiver conosco.
– Desculpe se arranhei sua pureza e moralismo, como posso me redimir?
– Comece cobrindo essas tatuagens enquanto estiver em nossa companhia, não quero que pensem que andamos com uma vagabunda sem eira nem beira.
Theo puxou ar com força, e levantou-se de forma agressiva.
– Obrigada pelo jantar, vou me recolher aos meus aposentos. – Disse tomando seu casaco da cadeira.
– Eu levo você ao quarto. – Sam disse.
– Não, eu já estive lá em cima, sei como chegar. Boa noite.
– Não esqueça de vestir o casaco. – Mike provocou.
Theo saiu andando com passos rápidos, segurando o casaco embolado numa das mãos, não o vestiu.
– Mike, não precisava ter falado estas coisas para ela. – Sam disse, fitando Mike enfurecida.
– Ah, me poupe, essa vagabunda não merece um pingo de consideração.
– E todo o ensinamento que tivemos sobre respeitar o próximo? Não é porque ela é pecadora que temos que tratá-la mal, você está agindo errado.
– Sam, não me perturbe com essas coisas, coma sua sobremesa, eu quero subir logo para dormir.
– Você a ofen… – Sam foi interrompida por um estrondo que veio de dentro do restaurante.
Ambos ergueram-se de suas cadeiras para ver a origem do barulho. Ao lado da porta de entrada puderam ver Theo com a mão cobrindo parcialmente o rosto, algumas pessoas já se aproximavam, pisando nos pedaços de vidro da porta que ela havia atravessado.
Sam correu para lá, sendo seguida por Mike, em menor velocidade.
– Você estourou a vidraça! – Sam disse, ao chegar até ela.
– Desculpe, eu errei a porta. – Theo respondeu nervosamente, era possível ver o sangue correndo por baixo de sua mão, em seu rosto.
– Você se cortou. – Sam tirou a mão dela, vendo o corte na maçã do rosto.
– Eu dou um jeito nisso.
– Theo! Você está sangrando! – Theodore chegou ofegante até sua frente, a olhando de perto.
– Não foi nada, eu vou subir.
– Você pode ter se machucado mais, está doendo em mais algum lugar? Você deve ter batido a cabeça. – Theodore dizia.
– Vamos, eu vou cuidar disso. – Sam disse lançando um olhar fulminante para Theodore, colocando uma mão nas costas de Theo.
– Não mesmo, você vai voltar para a mesa comigo. – Mike vociferou, segurando o braço de Sam.
– Mike, ela precisa…
– Deixe comigo, eu tenho um kit de primeiros socorros no quarto. – Theodore terminou o empasse, já conduzindo Theo pelo braço, com cuidado.
No elevador, Theo seguia com a mão cobrindo o rosto, estava recostada na parede, com os olhos fechados. Theodore interrompeu o silêncio, a fazendo abrir os olhos.
– Posso te fazer uma pergunta? Me avise se estiver me metendo no que não devo.
– Pode.
– Theo, por que você não vai embora?
Theo ficou em silêncio, pensativa. Theodore continuou.
– Desculpe, não foi minha intenção me meter na vida de vocês. Mas eu já percebi como esse soldado te trata, e a namorada dele é conivente com tudo isso, por isso não entendo o que você ainda faz ao lado deles.
Theo apenas balançou a cabeça, de maneira afirmativa.
– Você me disse que está de carona com eles, se você precisar de ajuda para voltar para casa, posso te dar uma carona. Ou te ajudar com seu transporte, eu posso pagar suas passagens e um dia você me paga de volta.
– Eu prometi a Sam. – Theo respondeu, a caminho do quarto de Theodore.
– Prometeu?
– Ir até o fim.
– Sente-se na cama, vou pegar as coisas para consertar seu rosto.
Theo saiu com a mão erguida, procurando pela cama, tateou até achar duas camas.
– Sento em qual?
– A da esquerda.
Theodore posicionou-se de pé a sua frente, entre suas pernas, segurou firmemente seu rosto e limpava com uma toalha úmida.
– Eu acho que posso te ajudar com isso. – Ele disse.
– O corte no rosto?
– Não, sua promessa.
***
Após terminarem a sobremesa, o casal subiu para seu quarto. Sam estava no banheiro, diante da pia, pensativa, preocupada com Theo.
– Amor, venha para a cama, preciso de você aqui. – Mike disse, com uma voz melosa.
– Vou ver como Theo está. – Sam surgiu na porta do banheiro.
– Esqueça essa garota, aquele cara já deve estar cuidando muito bem dela.
Sam balançou a cabeça em desaprovação, e seguiu em silêncio para a cama. Assim que cobriu-se, Mike partiu para cima dela.
Entre os beijos calorosos, já nu, Mike interrompeu e sussurrou em seu ouvido:
– Quero fazer o que você gosta…
Ouvir aquilo a pegou de surpresa, Sam ficou sem palavras.
– Você gosta de mãos, não gosta? – Mike continuou.
– Ãhn… Gosto.
Mike saiu de cima dela repentinamente, a virou de lado, com a mão em seu ombro, e encaixou-se por trás.
– O que você está fazendo? – Sam continuava confusa.
– Relaxa, não é o que você está pensando… – Mike beijava seu pescoço e sua nuca.
Sam fechou os olhos e deixou que Mike conduzisse como quisesse, estavam deitados de lado. Após algum tempo com o braço por cima dela, acariciando seus seios, desceu sua mão até seu sexo, a estimulando com os dedos. Por fim a penetrou.
Aquilo era novo, e ao final, deitada em seu peito, Sam já não sabia como processar a imensa quantidade de confusão que vinha de todos os lados, mal dormiu aquela noite.
Misoginia: s.f.: Ódio, desprezo, ou repulsa ao gênero feminino e às características a ele associadas (mulheres ou meninas). Está diretamente ligada à violência contra a mulher.
Tem que ter muito sangue frio.
Aff, esse Mike é qualquer coisa hein! Chato demais, grosso demais! Vontade de dar uma surra nesse mala pesada!!
A história tá cada vez mais envolvente!
Todo dia passo por aqui na esperança de um capítulo novo antes da sexta! E sempre fico mega feliz quando encontro um como hoje!!
Bjão
Quem sabe se juntar todo mundo que odeia o Mike, consigamos dar uma merecida surra.
Que bom que a história continua prendendo a atenção! Me avise se eu estiver deixando a peteca cair.
Bom, não tem mais um dia certo para postagem… Então pode ser qualquer dia mesmo, meus horários estão bem loucos.
Obrigada, grande beijo!
Sabe o que eu disse no último comentário sobre o Mike? Pode retirar.
‘Brigadinha do capítulo.
Não confio nesse Theo 2…rs
Eu tb não confio muito nesse Theo 2… Talvez ele não seja um cara mal, mas certamente ele não tá ajudando só por bondade… Theo é uma moça bonita…
Espero que esse encontro tenha sido pura coincidência mesmo…
Será que Theo 2 quer apenas tirar uma casquinha de Theo 1?
Acho que Theo2 não quer tirar casquinha de Theo1 no sentido físico da coisa, mas de alguma forma sim, ele quer tirar proveito de algo que Theo1 venha a descobrir. Mas são só suposições.
Só pra vc eu darei esse spoiler: até agora ninguém acertou o papel de Theo 2 na história.
Hummm
Ele é co-piloto da espaçonave de Theo1 então? rs
Quais suas suspeitas para o Theo 2?
Até quando a Sam vai suporta este idiota do Mike, q so a sufoca e a oprime,
a Theo deveria deixa ela sozinha denovo isso sim, pois o Mike so sabe ofende a Theo e a Sam nada faz,
a Sam é tratada como uma prostituta pelo Mike q não ta nem ai para os sentimentos dela, so q tem uma diferença ele nunca paga pelos programas,
a Theo deferia dizer isso pra Sam.
bjs até o prox. cap.
amando cada vez mais a Theo e querendo o divorcio desta Sam covarde
Oi Agatha!
Os ânimos estão esquentando… Vem explosão por aí.
Tem uma repetição de comportamentos aqui, uma repetição bem triste, diga-se passagem. Sam reproduz com Theo algumas coisas que Mike faz com ela, e isso não é nada legal.
Oxi, divórcio já? Mas elas nem casaram ainda! rs. Eu te entendo, eu te entendo…
Bjos!
Prepara a banheira de gelo para os próximos então. 😀
Véio, essa Theo é tem muito self-control. Faz tempo que elas se segura… Eu, no lugar dela, já tinha estourado.
Sam é uma otária mesmo, depois da chegada de Mike tá cada vez pior, é muita humilhação que Theo passa na mão desse mala. Não sei que pensar sobre esse Theo2, tá bom demais pra ser verdade e esse senhor misógino deve estar há muito sem a reprogramação química, ou ficou com Sam pra seguir uma convenção ou tem interesse do exercito aí. Desconfio que ele se sente diminuído em relação à noiva, por isso usa sua posição no exercito e a doutrina religiosa para acabar com a auto estima de Sam, fazer dela uma mulher de cama e fogão.
Oi Maysa, desculpe responder apenas agora, às vezes dá uma acumulada aqui…
Mike é o misógino clássico, tem medo real das mulheres, tem medo que elas tomem os cargos e privilégios exclusivos dos homens, e pra priorar não sabe tratar uma mulher de forma decente, não as compreende e não faz nenhum esforço para isso. Uma lástima.
Será que Mike fez um bom trabalho com as mãos? Duvido muito, principalmente depois de Sam ter conhecido as mãos mágicas da Theo. O que será que se passa pela cabeça de Sam depois de tudo isso?
Estou começando a imaginar que as promessas q fizeram uma a outra se mostrarão vazias… Sam não estará presente quando Theo voltar a enxergar e nem Theo irá com Sam até o fim… :/
Cris, esse capítulo foi deprimente, e pelo que você fala os próximos também serão…estou pensando em esperar pra ler somente depois da postagem dos próximos três capítulos… pra passar por essa fase ruim de uma vez só! Mas acho que não consigo, é muita tentação…
Lilic depois de ler o capítulo minha diversão é ler os comentários…rsrs tome um chá de boldo mas leia e comente…hehehe
Seja bem-vinda de volta! \o/
Obrigada 😀
\o/
ninguém achou suspeito o Mike quando viu a tatuagem no pulso de Theo e ficou fazendo perguntas? outra coisa tb estou desconhecendo a Sam e a Theo mais por esta aguentando esta humilhação toda desse babaca. mas o mérito dessa revolta toda é culpa da Cristiane a mulher escreve demais…….
Ada, eu acho que ele ter visto a tatuagem tem algo a ver com essa imagem estar ligada ao núcleo rebelde que ele está investigando (que seria o motivo real de ele ter vindo encontrar a Sam)
Estou apostando que ele é controlado de alguma forma por uma programação que faz ele ter essas estranhas variações comportamentais, seria uma explicação pra ele ser tão bocó.
Concordo…kkkk
Eu acho que ele reconheceu o sinal porque Sam o desenha sempre que está distraída… Bom, ele convive com ela há bastante tempo, deve saber disso…
Ah, e de que núcleo rebelde vcs tão falando? O exército europeu tá investigando rebeldes de quê?
Ponto para a Marília!
Se eu não li algo dos rebeldes foi algo que imaginei então…rsrs
Mas gosto da minha ideia de Theo meio que fazer parte das lideranças rebeldes, mais do que ela ser alien..rs
Lembra do Amadeu? Não, não estou fazendo piada com rima.
Acho que não, alguma coisa a ver com aquele passarinho preto amigo do Pateta?
Que engraçadinha.
Não, é o militante amigo da mãe de Theo.
Ok, reli a parte onde ele aparece, ele fazia parte dos grupos militantes e deu jeito pra Theo não tomar a vacina da resignação.
Benjamin deve ser pai dela mesmo, o pai dela tem olhos azuis.
Quem sabe Theo2 seja filho de Amadeu, seria bonitinho.
Também me toquei que a Letícia é a ex-namorada de Theo, depois continuo minha releitura ao invés de ficar jogando na loteria. rs
Mike é um alienígena tipo o predador, Theo é o alien, imagina o embate que vai ter entre eles?
Alien vs Predador parte 28.
Por que parte 28? Vai acontecer algum embate entre os dois no capítulo 28?
Estou indignada! Ai que raiva do inseto do Mike, e mais ainda da pamonha da Sam, aff. A raiva da Sam é crescente a cada capítulo, porq até não me admiro com o nojeto do Mike, mas Samantha é o erro, como ela deixa aquele filho de uma égua maltratar a Theo? E a Theo tem a maior paciência do mundo, pq ela deveria mandar os dois ao inferno e ir embora. Seria tão bom que a Letícia desse seu ar da graça e levasse e cuidasse da Theo, pq na atual conjuntura a Sam não merece a Theo e é bem feito para ela ficar com esse cavalo batizado.
ps: Cris, vc está tão malvada com a Theo, se continuar machucando-a assim, não irá restar muito dela até o final do conto. Se tiver que machucar alguém, machuca a Sam ou melhor ainda, o Mike. Bem que poderia aperecer alguém na Nova Capital para dar uma surra nele. Seria tão reconfortante.kkkk
Estou pensando em escrever uma cena da Theo comendo Mike com strappon só para meu divertimento, mas não vou colocar na história.
hahahahaha Depois me manda XD
Realmente o termo correto para definir o comportamento do Mike é misoginia a Theo acertou em cheio ai deu uma luz para o comportamento da Sam ela é uma mulher vitima de abuso e subjugada psicologicamente por ele todas as reações dela são tipicas de mulheres abusadas a passividade (principalmente sexual) o medo a pouca autoestima, o fato de esta sempre justificando arranjando desculpas para o comportamento abusivo dele. Quando ela estava longe dele vimos em muitos momentos a verdadeira Sam com ele é essa pessoa covarde que se quer consegui identificar que é vitima de violência . Mais tenho esperança que breve a Cris irá empoderar a Samanta e ela se libertará desse misógino
Olá Tereza!
Você acertou em cheio, viu? Muito do comportamento passivo de Sam é explicado pelo relacionamento abusivo que ela tinha com Mike, sábias palavras as suas.
Girl power! Sou a pessoa que mais quer ver Sam empoderada!
Beijos!
Sinto-me dominada por sentimentos altamente contraditórios …. A Sam extrapolou todos os limites. Estou profundamente envergonhada por ter escrito aqui (várias vezes) que era apaixonada por ela. Não sei se volto atrás e apago tudo, não sei se deixo de ler três ou quatro capítulos até a “coisa” melhorar (como uma das meninas já referiu…..mas não vou conseguir…), não sei se fico quieta e não comento mais nada … Decididamente, não sei o que fazer…..Em plena sexta-feira à noite, acho que vou largar o computador e sair para não escrever mais tontices. Mas não consigo ir embora sem dizer que estou muito triste com a facilidade com que a Sam passou de bestial a besta. Como é que ela conseguiu ir para a cama sem saber se a Theo estava bem, depois de ser ter magoado no vidro? Na minha cabeça, isso é impensável, eu ia querer saber como é que ela estava, nem que fosse por uma questão de educação (o mínimo dos mínimos), para não falar no facto de que ela estava só com aquele Theodore, cheio de sorrisos (que aliás, também não me inspira confiança nenhuma).Prometi a mim mesma que não ia referir o nome do Mike, mas é mais forte do que eu, aquele purgante ordinário consegue enojar me a ponto de quase me fazer vomitar, espero sinceramente, querida autora, que esteja planeando um fim bem macabro e violento para ele, com muita dor e sofrimento porque senão, eu vou ficar tão frustrada mas tão frustrada que nem com anos de intensa terapia, vou conseguir me curar. Estranhei o facto de ele ter presenciado o afago de mãos entre elas, ter ficado pensativo e confuso e apesar de ter descoberto que ela era lésbica, não ter feito nenhum comentário com a Sam sobre isso…pensando bem, ele não referiu o assunto, mas fez uma descoberta estrondosa!!!!! Ele descobriu que podia usar as mãos!!!! Aposto que os Alquimistas devem estar todos a revirar-se nos túmulos, levaram décadas a tentar descobrir o “elixir da vida eterna” e nunca conseguiram e agora este merdinhas chega e num segundo descobre algo tão mais importante, é deveras frustrante, hoje até vou beber um copo em homenagem a eles, coitadinhos. Agora, vou mesmo. Agradeço de coração por ter conseguido ler até aqui, este chorrilho de…. nem sei dizer o quê…..
Eu sou da paz, mas apetece.me muito, bater na Sam….(eu precisava dizer isto, era mesmo uma necessidade). Bom fim de semana. E mais uma vez, obrigada.
Se theodore inspirava desconfiança, agora então… Ele fez a pergunta que todas gostaríamos de fazer a Theo, e a resposta dela só mostra o quanto ela é nobre. A lealdade dela com a Sam, é linda, embora a oficial não a mereça. Minha teoria sobre a proposta de Theodore é de que ele vai se oferecer em acompanhar minha heroína durante a aventura e assim ajudá-la a cumprir sua promessa. O que torna tudo muito suspeito.
ps: Cris, até que capítulo a Sam vai continuar sendo essa sem noção? Eu estou com ódio dela e meu estoque de remédio para azia está acabando. rsrss Essa primeira parte do conto vai ter quantos capítulos? Bjs
Cristiane hoje tem cap novo?
Tem, sim senhor!
Eu adoro seus adjetivos, só para constar.
Desenterrou a Letícia, hein? Vai levar um tempinho para ela dar o ar de sua graça.
Que horror, 'se tiver que machucar alguém, machuca a Sam', quanta maldade em seu coraçãozinho! rs
Mike é o único personagem que posso afirmar que não morre na primeira fase. Ok, Lindsay e Maritza também não morrerão na primeira fase.
Muito <3 <3 <3 para você.