Hoje começa o PH Poem a Day de dezembro, que está de volta com novos temas. E é claro que irei participar.
Acaba um maratona literária, começa um desafio literário, e assim eu emendo o PH Poem A Day após finalizar (e vencer) o NaNoWriMo.
Quem quiser conhecer mais sobre esse projeto fofíssimo da Vanessa Chanice, visite o blog www.vanessachanice.com
É bem provável que eu não consiga participar todos os dias, mas pelo menos o tema de hoje tá na mão:
Dia 1 – O começo
E Joanice, que amava Homero, jogou com pesar a última flor branca, que repousou torta em cima do caixão.
No trajeto igreja-cemitério derrubaram no chão a bandeira do Flamengo, que cobria o simples caixão marrom. Homero morrera pensando em suas duas paixões: o rubro negro e Filomena, a bela dos cabelos cor de girassol desbotado.
A cerimônia foi rápida, um culto rezado pelo diácono do bairro, e na igreja não mais que 30 pessoas despediam-se de Homero, que partira precocemente de maneira tão abrupta e acidental.
– Pobre Homero, que desgosto teria em saber que Filomena sequer veio em seu velório. – Murmurou seu primo Evair.
– Desgosto maior seria se ele visse essa sua camisa do Vasco. – Joanice espezinhou.
No hospital tentaram reanimar o corpo inerte de Homero, mas a pancada na cabeça fora fatal. Um escorregão. Uma queda. Uma pedra no lugar errado e na hora errada havia selado seu trágico destino.
– Não. – Corrigiu Joanice. – Uma flor no lugar errado, para a pessoa errada.
Quem encontrou Homero caído, com um filete de sangue esvaindo de sua testa, fora o cachorro de Dona Mariquinha, que invadiu o jardim florido do quintal dele. Os latidos atraíram a atenção dos transeuntes, que acreditaram poder salvar a vida daquele homem desacordado, o levando rapidamente para o hospital.
– Hoje será o começo de uma nova fase! Joanice, quero que me ajude a escolher as mais belas rosas do meu jardim!
– Ah meu querido Homero, como és delicado e atencioso! – Joanice respondeu, com garbo.
– Pronto, uma flor rubra e uma flor negra, porque ela é flamenguista como eu. Hoje pedirei Filomena em namoro. – Homero falou radiante, ao cortar delicadamente as rosas.
– Filomena?? – Joanice bradou, possessa e surpresa.
– Joanice, o que estás fazendo com esta pedra na mão? – Homero perguntou, assustado, após colher duas rosas em seu jardim.
(Nada melhor que escrever um texto sobre “o começo” começando do final, não é mesmo?)
Aê!!! ! Muitooo bom!Começou bem hehe.
N sei de onde tira tqnta história
..sua cabeça n ta esgotada? ?rs
Beijooo
Brigada babe!
Então, achei que eu ia espremer meu cérebro hoje e não sairia nada, mas daí tive a ideia: “vamos começar do final”, e me veio essa história.
Beijos!
Muito legal, me deu vontade de gargalhar no final. Joanice rancorosíssima… putz
Viva o humor negro!
Humor negro. É mais forte que eu… Mas fala a verdade, quem nunca sofreu por amor que atire a primeira pedra… Espera, a Joanice atirou a dela.
Adoro me surpreender, e adoro essas reviravoltas e adoro achar comédia em coisas estranhas… Bem, boa sorte com os proximos contos… bjo