Os diálogos numa narrativa são formados geralmente por duas partes: discurso e inciso.
O inciso também é conhecido como tag, verbos dicendi, sentiendi ou de elocução.
Exemplificando:
– Ele não está realmente sorrindo – Replicou Viv.
—————– (discurso) ———————- (inciso)
O inciso é um complemento por vezes necessário para situar de onde vem o discurso, e muito útil para inserir outros elementos no diálogo.
– Não sei. – Respondeu Helen, confusa.
No exemplo acima, o inciso teve a função de demonstrar algo mais do que apenas apontar o interlocutor, mostrou um estado de espírito.
Saber quando e como usar este artifício é uma arte, já vi alguns textos que pecavam pela ausência deles (o leitor acaba se perdendo no diálogo, não sabendo quem está falando o que), e textos que não faziam o uso de forma apropriada, chamando toda a atenção ao inciso, o que também não é o ideal.
Como o inciso é uma interferência do narrador, precisa-se do cuidado de não lembrar ao leitor o tempo todo que ele está diante de uma obra ficcional, narrada. O bom senso no uso faz com que o inciso seja apropriado, mas discreto.
– Só temos de passar St. Clement’s. – Disse Julia, enquanto andavam.
Nesse diálogo acima, o inciso apontou o interlocutor e uma ação.
O inciso mais comum e que deve ser livremente usado é o ‘disse’, mas é sempre bom variar, e se faltar criatividade, segue uma lista de alguns para rechear os diálogos com informações úteis, esclarecedoras e discretas.
– Disse – Respondeu – Perguntou – Falou – Insistiu – Contestou
– Interpelou – Atacou – Tornou – Observou – Interrompeu – Concluiu
– Concordou – Berrou – Ordenou – Pediu – Afirmou – Exclamou
– Proclamou – Replicou – Discordou – Protestou – Repetiu
– Ponderou – Prosseguiu – Bradou – Gritou – Desabafou – Acrescentou
– Sussurrou – Murmurou – Refletiu – Completou – Brincou – Constatou.
Mas lembre-se: o inciso precisa ser quase invisível, use com moderação e criatividade. Evite palavras complicadas ou difíceis, discrição é a chave para o bom funcionamento.
Os diálogos usados neste post foram retirados do livro “Ronda Noturna”, da Sarah Waters.
Uma lista generosa de incisos pode ser baixada neste site: www.atelierderedacao.com.br/index.php?action=downloads, é o penúltimo item na listagem.
Oiee Cristy!
Amei a imagem!!:)
Hum,o blog sempre nos ensinando algo legal!Apesar que achei meio complicada a aula de hj!
Mas sabe,tava lendo um dia desses uma fic(sim,pq era fic RS)e me perdia,no diálogo ..agonia me deu!kkk.
Obrigada por compartilhar a informação,ainda que n tenha entendido MT,mas quando ler de novo sobre isso,meu cérebro vai procurar nos registros e vai entender melhor,maia aberto a entender.Falar a verdade qndo li o título,antes de ler a explicação eu já defini que n ia entender e puf,tenho q trabalhar isso..desprogramar meu cérebro..rs
Beijinhosss,schwinden,se cuida!!
oie Lai!
talvez eu tenha explicado de uma forma não tão acessível, mas resumindo pra vc: incisos são aquelas coisas que vem depois do que o personagem falou, tipo “Fulana murmurou” ou “Ciclana perguntou”. sabendo usar isso, se enriquece bastante o texto.
enfim, quanto melhor o inciso, mais invisível ele fica, então pro leitor é melhor que ele não identifique os incisos enquanto estiver lendo.
bjos garota interessada em tudo! rs
Gostei muito da sua explicação. Peço sua licença para copiar para o meu computador e anotar no meu caderno. Entendi sim e não quero esquecer, então copiarei, mas se não puder, me diga e apago do meu computador e rasgo a folha do caderno.
Oi Sandra!
Que bom que a matéria foi útil, fique a vontade para copiar e inclusive repassar, criei este blog justamente para isso, para compartilhar conhecimento.
Boa escrita, abraços!