Capítulo 27 – Volúpia

Capítulo 27 – Volúpia

 

– São só as meninas, pode voltar a dormir. – Sam respondeu com sono e ainda um pouco bêbada.

– Quem?

– Andrea e Isadora voltaram da rua, e estão quebrando o pau na sala.

– Quebrando o que?

– Estão brigando, devem estar bêbadas.

Theo continuou sentada, prestando atenção nos ruídos.

– Andrea está brava, estão alteradas. – Theo constatou.

– Venha, deite. – Sam a recolocou deitada na cama, com as mãos em seus ombros. – Quer oxigênio?

– Não, daqui a pouco a respiração volta ao normal, eu acordei no susto.

– Isadora deve ter aprontado alguma, mas não é problema nosso, elas que se resolvam.

– Ouviu isso?

– Quebraram algum vidro, deve ser um copo ou garrafa. Ou algo da decoração da casa. Theo, tem seguranças pela casa, não perca seu tempo com isso.

– Elas podem se machucar.

– Ok, ok, eu vou dar uma espiada. Não tente sair da cama. – Sam suspirou e levantou da cama, com preguiça e um tanto tonta.

Sam juntou-se a Maritza na observação silenciosa que faziam do mezanino.

– O que elas quebraram? – Sam perguntou sussurrando.

– Um vaso azul. – Maritza respondeu baixinho, sem tirar os olhos da dupla que discutia de forma acalorada lá embaixo. – Isadora chutou o vaso, os cacos voaram longe.

– O que mais eu perdi?

– Nada, só troca de acusações.

Após mais alguns gritos, Andrea ergueu os braços como se desistindo da briga.

– Eu vou embora, eu não vou ficar nessa casa com você. – Andrea disse e saiu na direção do elevador.

– Deixe de ser criança. – Isadora tentou segurá-la pelo braço.

– Eu não quero nunca mais olhar para a sua cara! Me deixe em paz para sempre!

Desvencilhou-se de sua mão e entrou no elevador. Maritza e Sam voltaram correndo para seus respectivos quartos.

– E aí? – Theo perguntou curiosa.

– Andrea vai embora.

– E a Isa?

– Acho que vai também. Não sei. Ah, elas que se resolvam, eu vou dormir. – Sam voltou para a cama se enfiando debaixo da coberta.

– Embora essa hora?

– Elas são grandinhas, Theo.

– Se elas realmente forem embora podem usar o helicóptero, alguém precisa avisá-las, ou então podem usar algum dos carros, posso falar com…

Sam subiu em Theo e a beijou.

– Shhhh, acabou o show.

– Você está tentando fazer eu calar a boca com um beijo?

– Estou. – Sam deu um risinho bêbado e a beijou de novo.

***

Na manhã seguinte, Sam e Daniela preparavam o café na cozinha, conversando de forma descontraída, Sam terminava de fazer uma omelete sem glútem para Theo. Isadora surgiu na porta, ainda com resquícios de maquiagem, trajando apenas uma camiseta e calcinha.

– Preciso de café. – Disse de forma desanimada e foi logo enchendo uma caneca com o café que Sam havia acabado de fazer.

– Bom dia, Isa. – Dani a cumprimentou. – Noite difícil?

– Noite de merda… – Sentou junto a mesa e bebeu do café.

– Onde está Andrea? – Sam perguntou, enxugando as mãos numa toalha.

– Foi embora ontem, teve uma crise de ciúmes e não teve maturidade para assumir seus atos.

– Você deveria ter insistido para ela ficar, para conversar melhor hoje, de cabeça fria. – Dani disse.

– Sabe de uma coisa? Me livrei de uma encrenca, ela que arranje uma santinha para namorar. – Falou com um tom de sarcasmo. – O que tem para comer?

– Nós vamos servir o café para todo mundo daqui a pouco, lá fora. – Sam comunicou, e Dani saiu para a sala de jantar, levando alguns pratos já prontos.

– Sam, você ia ficar louca naquele lugar ontem, estava repleto de garotas lindas, você podia escolher qualquer uma.

– Do que você está falando? Eu já tenho uma. – Sam largou a toalha na mesa.

– Eu digo mulher pra valer, uma mulher de verdade para tirar seu atraso. – Apontou a caneca na direção dela. – Eu sei que você está precisando de um pouco de ação.

– Você está sendo grosseira. – Sam a repreendeu, assustada. – Eu não te dei essa liberdade.

– Relaxa, eu não vou contar nada para Theo, essa conversa fica entre nós, não quero atrapalhar a recuperação dela, coitada, ela faz o que pode.

– Você não sabe do que está falando.

– Todo mundo sabe que você é tipo a babá dela, mas é um grande desperdício, você deve ser um vulcão na cama. – Isadora piscou para ela. – Eu daria conta.

– Eu vo-vou servir o café lá fora, me dê licença. – Sam saiu da cozinha nervosamente, levando duas jarras.

Ao sair da cozinha, Sam deu de cara com Theo, que vinha devagar com suas muletas, acompanhada de Maritza.

– Jesus Cristo! – Sam assustou-se.

– Que foi? Viu assombração?

– Você chegou agora?

– Onde?

– Aqui.

– Não, eu estava acampada na porta da cozinha, tem uma barraca aqui e tudo. – Theo zombou.

– Você tinha prometido não andar de muletas, lembra? Onde está sua cadeira?

– Bom dia, Theo, como se sente hoje? – Isadora passou por ela, a cumprimentando num tom artificialmente simpático.

– Melhor. Andrea já acordou?

– Andrea já deve estar em San Paolo há muito tempo, finalmente estou livre. Hum, adoro omelete de queijo. – Isadora sentou e deu uma garfada.

– Mas…

– Eu faço mais para você. – Sam sussurrou, tentando evitar uma discussão.

– Ok, eu também não quero confusão. – Estendeu o braço direito procurando o rosto de Sam, a muleta pendeu do alto do seu braço, onde estava presa.

– Bom dia, amor. – Sam disse já mais calma, após beijá-la. – Venha para a mesa.

***

Todas desceram para a areia da praia, onde passaram a manhã. Apesar da insistência, Sam recusou-se a trajar algo curto, e para contrapor a teimosia dela, Theo não aceitou levar nem usar nada para respirar melhor. Em contrapartida, Sam não permitiu que ela entrasse no mar de muletas, o que gerou uma leve discussão as deixando um tanto emburradas.

A tarde estava com a temperatura ainda mais alta, mas ninguém topou voltar para a praia ou ficar pelo deque, com exceção de Isadora, que tomava sol na espreguiçadeira com um biquíni mínimo.

Theo e Maritza estavam no quarto multimídia assistindo e ouvindo algo, o outro casal tirava um cochilo, e Sam inventara algo para se ocupar, queria esperar o clima entre elas melhorar. Estava no alto de uma escada embaixo da porta principal da casa, que dava para o deque, consertava as duas câmeras dispostas ali em cima, e que estavam desligadas.

No meio do serviço olhou de relance para fora, avistou Isadora fazendo topless e passando algum óleo bronzeador pelo corpo, onde acabou perdendo seu olhar, esquecendo do que fazia. Letícia voltava da cozinha com uma caneca de chá, e avistou a cena, Sam olhando fixamente para a espreguiçadeira, ela mal piscava.

Balançou a cabeça em desaprovação e seguiu para o elevador, mas antes de entrar desistiu, e resolveu abordar Sam, dando dois tapinhas em sua perna. Sam assustou-se e quase caiu da escada.

– O que foi? – Perguntou assustada a Letícia.

A médica não respondeu, apenas gesticulou com os dedos a chamando para descer e ir até o outro lado da sala para conversar.

– O que você está fazendo? – Letícia a indagou em tom repreensivo.

– Consertando as câmeras de vigilância, elas não estavam aparecendo na central de monitoramento. – Falou nervosamente.

– E as câmeras estão instaladas nos peitos da Isadora?

– A… É… Eu… Eu não sei do que você está falando.

– Que coisa feia, Sam.

– Eu só dei uma olhada, não fiz nada.

– Você estava comendo ela com os olhos.

– Você vai contar isso para Theo? – Sam perguntou num tom de súplica.

– Não, não vou, mas evite esse tipo de coisa, é desrespeitoso para todo mundo.

– Desculpe, não foi a intenção… – Sam disse cabisbaixa, girando uma chave de fenda nas mãos. – Eu só dei uma olhadinha, ela tem o corpo bonito.

– Tá bom, sei que não foi por mal.

– Eu vou terminar as câmeras e vou subir.

Letícia suspirou, a fitando.

– Quer tomar chá comigo? Eu fiz bastante, Dani tá dormindo.

– Quero.

Sam guardou a chave de fenda no bolso do jeans e a seguiu até a cozinha, onde foi servida por Letícia, já sentadas a pequena mesa quadrada.

Letícia deu um longo gole em sua caneca, enquanto olhava Sam de forma analítica.

– Você tem praticado o que eu ensinei? – Por fim perguntou.

– Não, não mais. – Sam respondeu encabulada.

– Por que parou?

– Não havia mais necessidade, já reiniciamos nossa vida sexual.

– Você pode continuar praticando, mal não irá fazer.

– Quem sabe… Talvez.

– E você está satisfeita?

Sam moveu a cabeça de forma hesitante.

– Estou.

– Não me convenceu.

– Eu gostaria de ter uma frequência maior, mas entendo o lado de Theo, as limitações e tal…

– Você parece uma adolescente no auge dos hormônios.

– Não, eu tenho controlado direitinho.

– Não estou te recriminando, estou constatando, ter desejo sexual é bom, espero que você continue nesse fogo para sempre.

Sam apenas bebeu seu chá, cabisbaixa.

– Ok.

– Sam, relaxa, está tudo bem.

– Não comente nada com Theo, ela ficaria chateada.

– Não vou comentar, apenas evite voltar a comer Isadora com os olhos, ela pode interpretar de uma forma errada, você arranjaria um baita problema.

– De forma errada?

– Isa é complicada, ela pode achar que você está dando em cima dela, ela ficaria no seu pé, seria uma merda.

– Entendi. – Sam preferiu não comentar a rápida conversa que as duas tiveram na cozinha logo cedo.

– E volte a se tocar, você precisar ter mais orgasmos.

Sam engasgou com o chá.

***

Letícia voltou ao seu quarto, Sam voltou a mexer nas câmeras, dessa vez finalizando com pressa. Ajeitava a caixa de ferramentas ao lado da escada, quando Isadora surgiu ao seu lado.

– Se você me acompanhar até meu quarto pode olhar o tempo que quiser. – Ela disse baixinho, num tom provocador. – Pode até tirar meu biquíni.

– Você precisa começar a me respeitar, Isadora. – Sam respondeu nervosamente.

– Era você que estava me olhando. – Deu um risinho cínico.

– Não estava olhando nada. – Sam permanecia agachada.

– Ah não? Então vem comigo, prometo fazer um monte de nada com você.

– Me deixe em paz, por gentileza. – Sam fechou a caixa e ergueu-se a carregando.

Isadora se aproximou de forma sensual, mordendo o lábio e a encarando com um sorriso malicioso. Sussurrou com os lábios próximo da orelha dela.

– Vem pra minha cama, eu vou cair de boca em você e te dar um prazer que você nunca sequer chegou perto.

Sam estremeceu, não queria sentir-se assim, mas estava excitada. Não conseguiu se policiar o suficiente, e olhou por um momento para os seios quase desnudos que estavam tão próximos.

– Pare com isso. – Sam a empurrou educadamente e seguiu para os fundos da casa, onde ficava as garagens e as ferramentas.

De lá correu para o banheiro do seu quarto, onde tomou um banho frio.

– Não precisa arrumar as câmeras, eu posso chamar a empresa que cuida disso. – Theo disse quando Sam saiu do banho, ela estava sentada na cama com aparência emburrada, com suas muletas ao lado.

– Já arrumei.

– Obrigada.

– O filme já terminou? – Sam perguntou, enxugando os cabelos, de roupão.

– Terminou, Maritza dormiu na metade.

– Ela é meio narcoléptica.

– Você ia gostar do filme, era de guerra.

– Prefiro paz. – Sam fincou os pés na frente de Theo, segurou seu rosto, o erguendo na sua direção, e deu um beijo demorado.

– Eu também. – Theo disse com um leve sorriso, ao término do beijo.

– Sabe o que faremos essa noite?

– Dormir?

– Vamos jogar pôquer.

– Eu terei um pequeno problema, não enxergarei as cartas.

– Letícia pensou em tudo, ela arranjou um baralho com números e naipes em alto relevo, próprio para cegos que ainda não aprenderam braile.

– Sério? Eu vou limpar vocês, preparem-se.

***

À noite, depois de algumas rodadas de pôquer e drinques alcóolicos, exceto os de Theo que não podia beber por conta dos remédios, os ânimos estavam agitados. Theo cumprira o que prometera, e estava ganhando de lavada das amigas, que já estavam um tanto alteradas.

– Tive uma ideia. – Isadora disse eufórica. – Vamos jogar strip pôquer.

– Aquele em que vamos tirando uma peça de roupa a cada derrota? – Maritza perguntou.

– Exato. O jogo vai ficar bem mais emocionante.

– Não é justo, eu não enxergo. – Theo reclamou.

– Você tem as mãos. – Maritza respondeu, aos risos.

– Sam, o que você acha de eu apalpar as meninas quando elas perderem as roupas?

– Não senhora, ninguém vai apalpar ninguém.

– Viu? – Theo gesticulou para Maritza.

– Ah, vamos lá! – Isadora inflamava o discurso.

– Eu já brinquei na república que morava, era divertido. – Letícia entrou no coro.

– Você quer? – Sam perguntou, pousando sua mão na mão de Theo, estavam sentadas numa mesa redonda na sala.

– Você não quis mostrar a perna na praia, e tudo bem jogar strip pôquer?

– Eu teria que mostrar algum dia, não é?

– Topa, Dani? – Isa perguntou.

– Tudo bem eu topo.

Theo balançou os dedos na mesa, pensativa.

– Ok, mas ninguém tira a roupa de baixo.

– Combinado, nada de tirar a lingerie.

– Lê usa cuecas. – Dani disse rindo.

– São cuecas femininas, e são muito bonitinhas. – Theo respondeu.

– Cuecas femininas? – Sam indagou, com semblante confuso.

– Ok, se eu perder você vai entender o que são cuecas femininas. – Letícia entrou na brincadeira.

Os drinques continuavam rolando pela mesa, e aos poucos as garotas iam tirando suas roupas, Theo era a única invicta, ainda totalmente vestida.

– Como você faz isso? Você nem tá vendo a gente! – Dani questionou Theo, que ganhava quase todas.

– A visão às vezes é uma distração. – Theo disse serenamente.

– E essa aqui perdeu essa rodada de propósito né? – Letícia acusou Isadora.

– Eu nunca fui boa em jogos de cartas. Apenas em outros jogos. – Disse com ironia.

– Ok, vamos terminar essa rodada, finalmente estou na frente. – Maritza disse.

Vinte minutos depois, Sam perdeu e teve que tirar a camiseta, já havia tirado a calça.

– Amor, você está nua? – Theo estendeu a mão, tocando o ombro de Sam.

– Só estou sem calça e sem camisa.

– Só?

– Eu perdi de novo.

– Você precisa sair do jogo, já tirou suas peças, não vai tirar o resto, vai?

– Claro que não.

– Sam está fora. – Dani concordou.

– Vamos parar por hoje? – Letícia convidou.

– Tudo bem, fim de jogo. Nem vou perguntar quem venceu. – Maritza disse.

– Theo não tirou nada, mas eu só tirei a blusa, ainda estou de short, fiquei em segundo lugar. – Letícia disse.

– Protesto! Você estava usando meias! – Dani disse, rindo e a beijando.

– Vamos para os sofás? – Sam convidou, e todas se atiraram nos sofás da sala, ligando a tela a frente, onde passava um filme erótico.

– Quem deixou nesse canal? – Theo perguntou.

– Você emprestou a casa para nós comemorarmos o aniversário de namoro, lembra? – Dani respondeu.

– Lavaram o sofá depois, certo?

– Que exagero… – Letícia disse.

– Sam, você já se vestiu?

– Estou me vestindo, espera.

Sam tinha dificuldades em vestir suas roupas, estava cambaleante.

– Pronto, estou trajando roupas novamente.

– Ah, eu estava gostando da visão de antes. – Isadora brincou.

As seis garotas passaram mais algum tempo pelo chão e sofás da sala, bebendo, vendo programas e conversando. Theo acabou apagando após tomar seus remédios, dormia no sofá, alheia ao mundo. O sono por fim chegou para as outras garotas, que resolveram finalizar a noite, por volta das três da madrugada.

– Quer ajuda para levar Theo? – Maritza se ofereceu.

– Precisa não, vou acordá-la e ela vai andando com as muletas. – Sam respondeu.

– Boa noite para vocês então. – Letícia disse, seguindo para o elevador com Maritza e Daniela.

Sam juntava os copos e pratos espalhados, Isadora a observava.

– Quer ajuda para limpar a sala? – Ofereceu-se solicitamente.

– Não vou limpar, só levar a louça suja para a cozinha, eu não consigo ir dormir deixando essa bagunça para trás.

– Deve ser resquício dos tempos de quartel, não?

– É provável, eu odeio sujeira e desordem.

– Bom, então tenha uma ótima noite. – Saiu devagar para o elevador, e Sam foi para a cozinha levando as louças, equilibrando nas mãos e braços.

Após ajeitar os pratos e copos na pia, abriu a torneira, e levou um susto ao sentir uma mão deslizando em sua cintura.

– Mudei de ideia, acho que posso te ajudar. – Isadora sussurrou.

Sam virou-se rapidamente, a encarando assustada e retraída no balcão da pia.

– Eu não preciso de ajuda, Isa, pode dormir.

– Coloque Theo para dormir lá em cima, depois vá ao meu quarto. – Isadora voltou a pousar sua mão na cintura de Sam, deslizando lentamente para trás.

– Você enlouqueceu?

– Ninguém vai saber de nada, você não precisa se sentir mal, não é traição, é apenas sexo de qualidade. – Sorriu e desceu sua mão para dentro da calcinha de Sam, a assustando.

– Isa, você está extrapolando todos os limites. – Sam desvencilhou da mão dela.

– Eu sabia, você ficou molhada. – Isa lambeu seus dedos maliciosamente.

– Saia da cozinha.

– Estarei te esperando na minha cama, sem roupas, mas deixarei a calcinha para você arrancar com os dentes. – Piscou e saiu.

Sam ficou alguns instantes encarando a porta, recuperando o fôlego. Isadora tinha razão, ela estava excitada com a visita inesperada.

Fechou a torneira e foi para a sala, colocou a cadeira de rodas ao lado do sofá e convenceu uma Theo bastante sonolenta a ir para a cadeira, a conduzindo para o quarto.

Após colocá-la na cama, onde continuou dormindo, Sam seguiu para o banheiro, foi inevitável tomar um banho frio, que não surtiu muito efeito, continuava sentindo-se quente, acesa.

Vestiu sua roupa de dormir e ao sair do banheiro estancou lentamente na porta, onde apoiou-se no batente com o ombro. Assistiu Theo dormindo, de lado, virada na direção dela. Respirava forte, mas não roncava, usava um fino tubo de oxigênio abaixo do nariz.

Ficou assim por algum tempo, com pensamentos conflitantes e vontades indizíveis, não conseguia processar a contento o que sentia, por mais contraditório que fosse, não queria admitir que Isadora havia causado aquilo. Ela sentia-se um tanto carente já há algum tempo. Pensou na possibilidade de aliviar por hora seguindo o conselho de Letícia, masturbando-se, mas temia acordar Theo e ter que lidar com a situação. Tentava apagar da mente a imagem de Isadora e seu corpo escultural a esperando trajando apenas uma calcinha no quarto do final do corredor.

Fechou os olhos com força e saiu da porta do banheiro. Apagou as luzes, ergueu a coberta e deitou-se na cama, virada para fora, com os pensamentos ainda a deixando perturbada.

Alguns segundos depois, sentiu Theo aninhando-se às suas costas, a abraçando por trás, e dando um beijo carinhoso em seu pescoço.

– Boa noite, oficial. – Theo falou cheia de sono, de olhos fechados.

Sam sorriu, e dormiu com a leveza na alma de ter feito a escolha sensata.

***

No sábado de manhã foram novamente para parte baixa da casa, onde ficava a faixa de areia da praia, e com um mar verde e revolto a frente. Dessa vez Theo aparentava melhores condições físicas, e Sam a acompanhou até o mar, para alegria de ambas. Por conta das fortes ondas, não adentraram muito, a água batia às vezes na altura das coxas, o que já significou bastante para Theo, que não sentia o mar em seu corpo há muito tempo.

– Foi sua estreia no mar? – Theo perguntou após o breve banho, já sentadas em cadeiras reclináveis na areia.

– Tecnicamente sim, só o conhecia de vista. – Sam respondeu, com um sorriso contente.

– Uma pena o mar está tão agitado, nem pude te dar caldos.

– Teremos outras oportunidades, enquanto isso me dê caldos na piscina.

Próximo do meio-dia, as garotas voltaram para casa, Theo pediu para ficar na espreguiçadeira do deque, queria tomar mais um pouco de sol. Sam seguiu para um banho no andar superior, a buscaria logo em seguida.

Isadora saiu da cozinha e avistou Theo sozinha semi-deitada no lado de fora, e resolveu ir até lá, sentando numa espreguiçadeira ao lado, fingia tomar sol.

 

Volúpia: s.f.: Grande prazer dos sentidos e sensações, grande prazer sexual; luxúria, qualquer sensação muito prazerosa.

 

6 comentários Adicione o seu
      1. Cris! Por favor, deixa a Samantha ser somente Theosexual por gentileza. Rsrsrs
        Ela ainda é meio borg, então que seja forte! Hahaha

  1. Não Sam, Não faça isso por favor! Prendi a respiração aqui esperando você tomar a decisão certa!
    Espero que a Theo dê umas muletadas nessa Isadora! Hahaha

    Parabéns Cris! Capítulo ótimo!! :*

  2. Nossa, esse capitulo fiquei com o coração na mão. Um gelo na barriga que estava angustiante. Serio. Até parece q eu estava sendo assediada e minha esposa ao lado, de tão tensa que fiquei.
    A leitura é isso né. Só espero realmente que nada aconteça, que SAM saiba ligar com esses desejos. Por favor, por favorzinho… não faça nada, tá?

    Tenso…

    Obs: Foi mais tenso de que aquele cap que o Elias invadiu o hospital.

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